Maracanã. Havia de tudo por lá. Do presidente da república na Tribuna de Honra ao mais fodido dos cariocas. Todos juntos por uma paixão chamada Flamengo. O clube do povo, dos jogadores que treinavam em meio aos populares. O time rubro-negro d...
Maracanã. Havia de tudo por lá. Do presidente da república na Tribuna de Honra ao mais fodido dos cariocas. Todos juntos por uma paixão chamada Flamengo. O clube do povo, dos jogadores que treinavam em meio aos populares. O time rubro-negro do camarada que, por 90 minutos, chorava, ria, expunha a sua arcada completa ou desdentada. Todos iguais. Era bonito pra cacete. | ||
A arenização acabou com essa história. O povo foi chutado. Impedido de frequentar o seu espaço. Aquilo só pertence ao rico, que se apropriou de uma terra que TAMBÉM era dele. Sim, eu posso pagar. Foda-se. Meu filho não vai pisar no mijo que enchia as galerias monumentais e escuras do Maior do Mundo. Tampouco vai ser levantado por alguém que nunca vira antes, mas que, naquele momento de afirmação, torna-se um puta amigo. Não verá as cascatas de papel higiênico na entrada do time dele em campo. Até por isso, o Maracanã talvez não o faça chorar daqui uns anos, como acontece com o pai saudoso da porra toda descrita acima. Mesmo quando não tem jogo. Os gols de Zico, Bujica, Adílio, Renato, Chiquinho estão lá. Eu sinto o cheiro daquilo. Só entende quem namora, cantou Cazuza. | ||
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O Aerofla desta sexta foi a máquina do tempo. Uma geração de jogadores sentiu o mesmo que Zico, quando queria se jogar sobre a galera da geral após um gol - ele mesmo diz isso, porra! | ||
É o Flamengo do seu povo, do cara fodido que inventou alguma merda para não ir ao trabalho. De repente, até mandou o chefe para a puta que pariu. Foi só para ver o Flamengo, disse para outro fodido do lado dele. | ||
O Aerofla é o beijo na boca apaixonado do Flamengo na sua gente. |