Foram 42 torcedores da Gaviões da Fiel. Pense no que você fazia às 4h da manhã de sábado. Rememora tudo que você viveu até às 21h do domingo. Pois estes torcedores estiveram todo este tempo a bordo de um ônibus, que saiu de São Paulo para Mon...
Foram 42 torcedores da Gaviões da Fiel. Pense no que você fazia às 4h da manhã de sábado. Rememora tudo o que você viveu até às 21h do domingo. Pois estes torcedores estiveram todo este tempo a bordo de um ônibus, que saiu de São Paulo para Montevidéu. A missão: mais do assistir a um jogo, incentivar o time de futebol feminino do Corinthians, que se sagrou campeão da Libertadores ao derrotar o Santa Fé, no mítico Parque Central. | ||
Suponho de depois de viajar por mais de 40 horas, o nobre leitor iria para um quarto de hotel, tomar um bom banho e dormir sem hora para acordar. O caso dessa gente foi bem diferente. Foi comer um sanduíche na porta do estádio e começar o trajeto de volta. O cara que fala em selvageria nunca vai entender. Para ele, o futebol é um grande PFC. Cheio de intensidade, amplitude e profundidade. Um esporte insípido, incolor e inodoro. Sem alma. | ||
Fala Paulinho, um dos 42. "O importante é vir aqui para dar um apoio para as meninas, elas são de responsa", afirmou o torcedor ao passar pela barreira de segurança no estádio. Lembro que eles chegaram à arquibancada durante o intervalo do jogo. | ||
Outro torcedor veio de mais longe ainda. Felipe Biazetto começou a viagem em Bragança Paulista. "Vai ser 2 a 0", profetizou. | ||
Essa é a galera que resiste à maldita arenização. Gente trabalhadora, que se identifica pela paixão. Eles têm origens diferentes, são leais. Criam laços no perrengue. Ninguém vai soltar a mão de ninguém nunca. Cagam para banho e dente escovado. É batuque e cimento. | ||
"A Fiel é foda, mano", disse Paulinho antes de se acomodar na arquibancada. Em pé, obviamente. Isso se chama pertencimento. Enquanto você ainda lê o texto, os 42 ainda estão na estrada. Cansados? Nada. Planejam a próxima caravana. Vão nessa, amigos. |