ELES NÃO ME REPRESENTAM
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ELES NÃO ME REPRESENTAM

Quando eu me tornei líder pela primeira vez (de um estagiário), sem perceber no detalhe, eu já sabia que era uma coisa que eu queria muito fazer. Sem romantismo. Não acho que esteja ligado a uma vontade específica de ajudar, de formar, ou de ...

Bingo Corporativo
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Quando eu me tornei líder pela primeira vez (de um estagiário), sem perceber no detalhe, eu já sabia que era uma coisa que eu queria muito fazer. Sem romantismo. Não acho que esteja ligado a uma vontade específica de ajudar, de formar, ou de ensinar. Está muito mais ligado a perceber que, de alguma maneira, aquilo fazia parte da minha personalidade e, se fazia, eu poderia, aí sim, ajudar outras pessoas a encontrarem os caminhos das suas carreiras.

A primeira coisa que eu fiz, como quase todas as pessoas que são líderes de primeira viagem, foi buscar livros e informações sobre como liderar. Hoje, 15 anos depois daquilo, percebo o motivo de ter ficado tão perdido.

Todos, e não é um exagero essa generalização, TODOS os livros que haviam sido escritos até então eram por pessoas da geração dos meus pais ou mais velhos. 

Eu tenho 38 anos, lidero quase 100 pessoas, e quando olho para aquele momento, completamente perdido, tentando encontrar o meu caminho, sei que absolutamente ninguém sabia o que fazer com a geração que já estava ali (a tal geração Y, ou eu e os meus amigos) muito menos com a que viria (os Young Millenials). 

Vamos fazer um breve recorte aqui. Os Millenials são essa geração nascida entre o começo da década de 80 e meados da década de 90. E há, entre essa turma, a divisão de Old e Young Millenials. Se você quer saber mais sobre isso, escute a primeira edição do nosso PODCAST, Bingo Corporativo, que tem muito mais sobre isso por lá. 

O que ficou e fica cada vez mais claro para mim é que os livros de negócios e liderança daqeuel tempo NÃO ME REPRESENTAM. Eles não diziam sobre como motivar pessoas que se pautam pelos seus valores, únicos e indissociáveis, muito menos sobre como administrar conflitos entre quem vê violações a esses mesmos valores em diversos coisas comuns do mundo contemporâneo e aqueles, da mesma idade, que olham para isso e chamam de “mimimi”.

Eu gostaria de convidar Jack Welch (o gênio por trás da GE nas décadas de 80 e 90), na minha opinião o maior executivo daquela turma, e pedir para ele escrever sobre essa molecada. Eu tenho certeza que ele encontraria um caminho. Mas, infelizmente, Jack Welch morreu. E os novos Jack Welch estão sendo moldados entre fibra ótica e termos de uso. Não entre locomotivas e geladeiras. Eles são menos claros, têm olhos dissimulados e eu ainda não tenho certeza se são boas ou más pessoas.

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À minha geração resta o espaço de construir essa nova maneira de liderar, não a partir da base do que foi feito até os dias de hoje, mas de construir uma forma, moldar em pedra, imprimir e publicar. Quando isso ocorrer, tenho bastante convicção, a informação já estará velha demais para ser usada. 

Essa é a nossa maldição. 

Nos tornamos obsoletos na mesma medida em que conseguimos organizar o nosso raciocínio do que deve ser feito.

Para mim, sobra o tempo real. E é por isso que decidimos organizar essa informação através de podcast e newsletter. Desse jeito eu sei que um conteúdo pode envelhecer na medida em que eu crio algo novo. Essa é a minha forma de contribuição e protesto. 

Mais do que nunca, o que eu li e leio não me representa.

PS: Se não ouviu nosso podcast ainda, tá aí embaixo.