A Blitzkrieg entra em ação na Polônia. Parte II

Por volta de Março de 1939 Ribbentrop comunica aos poloneses a intenção da Alemanha de recuperar territórios como Dantzig e ter um acesso privilegiado ao litoral por meio do chamado corredor porém os poloneses disseram não aos alemães e a crise foi se agravando ao passar dos meses. 

Em 01 de Setembro os dados foram lançados. Divisões polonesas começam a sair para o combate na tentativa de deter o rolo compressor nazista. Alguns países estimam que a Polônia possui em média 80 divisões mobilizadas porém a realidade mostra ser outra: a Polônia possui apenas 23 divisões prontas para hostilidades. O exército polonês está em uma situação desesperadora considerando que os alemães entraram em seu território a toda a velocidade e considerando que dali há cerca de duas semanas o jogo ficaria ainda mais sombrio com o exército vermelho também entrando na Polônia pelo Leste mas isso já é uma outra história que ainda veremos nos próximos capítulos. 

Os poloneses enfrentam sérios problemas em 01 de Setembro de 1939: possuem apenas 420 aeronaves, 37 regimentos de cavalaria anacrônica, algumas centenas de veículos blindados, pouca artilharia, pouca defesa antiaérea e poucos veículos motorizados o que significa que era um exército que parou no tempo.

O exército alemão havia renascido das cinzas da I Guerra Mundial e ressurgiu com força total a partir de 1935 4 anos antes de estourar a guerra e contava em 1939 com cerca de 36 divisões sendo que seu comandante chefe Von Fritsch afirmou que precisaria de 24 divisões para defender o povo alemão contra agressões. 

Porém os alemães tem uma carta na manga que estavam estudando já há alguns anos: a força blindada. Seus estudos, pesquisas e observações demonstraram que os blindados poderiam ser armas formidáveis em combate quando utilizados na combinação correta com a infantaria e que com essa descoberta o exército não poderia mais passar dificuldades e guerras de atrito como o que ocorreu na chamada guerra de trincheiras de 20 anos atrás. 

Alguns militares inovadores pensaram o seguinte para a doutrina alemã de combate: alguns exércitos mais conservadores na época viam que tanques deveriam ser apoiados por artilharia para enfrentar o inimigo mas e se pegassemos essa artilharia e colocássemos um par de asas nela e a chamassemos de Sturzkampfflugzeuge ou bombardeiro de mergulho JU-87 Stuka ? (Os nerds saberão do que estou falando, risos). É uma ideia brilhante não é ? Essa combinação de blindados e bombardeiros de mergulho abrindo brechas nas posições inimigas provou ser extremamente eficiente e letal e tudo isso feito com muita rapidez onde objetivos de valor estratégico eram conquistados em questão de dias a semanas. É claro que diversos oficiais mais antigos resistiram a essa idéia porém ela chegou para ficar no pensamento militar alemão e provou ser uma ideia excelente (Funcionou na Polônia, Noruega, países baixos, França, Grécia e no primeiro ano da invasão da União Soviética mas essas já são outras histórias que ainda discutiremos nos próximos capítulos ok ?).

Fonte: A Segunda Guerra Mundial. Primeiro volume 1939-1942. Raymond Cartier. Editora Larousse do Brasil. Paris - Match. Rio de Janeiro 1967.