Moro no Flow e sua campanha
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Moro no Flow e sua campanha

Finalmente Sergio Moro foi ao Flow podcast e irei comentar um pouco sobre a conversa e sua pré-campanha daqui em diante.

Blog do Ning
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<i>Caricatura de Sergio Moro, emblema do Flow podcast.</i>
Caricatura de Sergio Moro, emblema do Flow podcast.

Finalmente Moro foi ao Flow Podcast e eu comentarei um pouco sobre sua conversa e também sobre o rumo de sua pré-campanha daqui para a frente.

Estratégia de campanha e sua ida ao Flow

Desde o início tenho sido muito crítico sobre a forma como a pré-campanha de Sergio Moro tem sido conduzida. Um dos problemas que eu tanto apontei foi que Moro estava indo muito a programas de rádio e entrevistas chatas, sempre com uma conversa casual e, consequentemente, sem atração para um eventual eleitor. Entretanto, a ida de Moro ao Flow mostra que o marketeiro e sua equipe começou a mudar sua visão, pois como o MBL nunca se cansa de repetir, Moro deve se aproximar de seu eleitorado, seja através de lives ou podcasts com relevância, para que ele tenha um diálogo maior com o eleitor desassistido fora do dia a dia da política e com os jovens com desejo de mudança. O que vi na Flow foi exatamente isso, uma conversa informal e a apresentação de Sergio Moro como candidato à presidência, e não mais o juiz da Lavajato. Moro, como salientei acima, evoluiu muito, ele soube conduzir a conversa com Monark, embora tenha se embaralhado no argumento contra as drogas, mas no geral foi bem sucedido, conseguiu defender suas propostas e sua história, especialmente na recente "polêmica" de sua consultoria para Alvarez & Marsal e sua honestidade para revelar que não esconde nada e abrirá suas contas, defendendo assim uma transparência única. Moro também destacou algumas de suas defesas, como o fim da reeleição presidencial e sua agenda a favor das reformas estruturais e da luta contra os privilégios, seja o foro privilegiado ou as milhares de regalias que os poderosos têm no Brasil. No geral, foi positivo, muito mais do que suas entrevistas anteriores para programas de rádio desinteressantes.

A principal proposta

Muitos criticam Moro pela ausência de propostas concretas e a insistência no discurso de combate à corrupção, uma pauta pouco atraente para a maioria dos brasileiros (não é por acaso que o líder do PT lidera as pesquisas). Embora muitas críticas sejam legítimas e corretas, acho um pouco injusto dizer que Moro não apresentou nenhuma proposta. Moro escreveu colunas e falou várias vezes que seu principal objetivo como presidente é erradicar a pobreza — e existe problema mais imediato do que combater esta chaga que assombra o Brasil desde de quando era império e faz a gente ser subdesenvolvido?

Como aponta o Deputado Kim Kataguiri, a ideia vem do economista e arquiteto do Bolsa Família, Ricardo Paes de Barros, conhecido como liberal dos pobres. A premissa se baseia numa combinação de vários fatores: cortes nos gastos, pois necessita de 2% do PIB — e a coordenação com os centros de referência de assistência social, que o Brasil tem a contento. E estes centros de assistência têm programas e políticas públicas com este propósito integrado e com mais de 400 mil funcionários para entender o que o brasileiro na ponta precisa para sair da pobreza, seja no combate ao vício e a fome e, sobretudo, discutir a desigualdade retumbante no Brasil com um olhar mais humano e com políticas públicas eficientes. Enfim, a proposta é mais arrojada e complexa, mas fiz um resumo básico. O que Moro não está sabendo é vender o produto, porque a proposta é bem fundamentada e pode ser feita, tem capilaridade, concretude, e o congresso estaria disposto, dado que é um projeto popular que só traz benefícios, seja de longo ou curto prazo.

Política é guerra

O que me incomoda em Sergio Moro é sua passividade e cordialidade com seus inimigos. Recentemente Moro fez um tweet elevando o tom com Lula e Bolsonaro. E logo foi bem recebido por sua audiência geral e expandiu seu crescimento nas redes. O ex-juiz precisa entender que a política, por mais que muito dela seja a base da composição, o resto é guerra, ainda mais nesta próxima eleição presidencial. Lula e Bolsonaro precisam ser derrotados e Moro terá que se impor de uma maneira dura e nada cordial. Esta é a única maneira de vencer.

Um exemplo deste clima de guerra é a recente notícia do PT e seus sabujos quererem instaurar uma CPI para investigar as atividades de Moro no setor privado. Mas, como apurou o Antagonista, setores do PT já começaram a desistir, querem que o Partido desista da ideia, porque entendem que, ao contrário do que pensa sua militância, Moro pode se beneficiar se as investigações não avançarem na Câmara ou se os negócios sujos do PT com empreiteiras forem trazidos à tona novamente. Afinal, como diz um certo ditado popular brasileiro: “Quem tem cú tem medo” (rs).

Terceira Via é Moro

Ultimamente João Doria e Ciro estão empenhados em fazer Moro desistir de sua candidatura. Os ataques são diversos, desde defender teses contra a lavajato e outras baseadas em falácias, como dizer que Moro é um Bolsonaro com outra roupagem, que o ex-juiz há muito demonstrou ser distante e de que Moro não esteja preparado para ser presidente, algo que Moro também já demonstrou ser e muito. Além disso, apesar dos ataques de todos os lados, o cálculo que a gente fica é positivo, esta entrevista ao Flow e sua mudança de tom, a despeito das críticas que tenho que não tratei aqui, Moro foi muito bem, superou os outros postulantes da terceira via, tanto na audiência como no conteúdo apresentado.

Agora é Moro.


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