Isorritmia nada mais é do que um padrão rítmico, a repetição de partes dentro de um todo, como por exemplo, o grau e direção de mudança intervalar dentro de uma parte. Guillaume de Machaut foi um mestre no uso deste artifício.
Isorritmia nada mais é do que um padrão rítmico, a repetição de partes dentro de um todo, como por exemplo, o grau e direção de mudança intervalar dentro de uma parte. Guillaume de Machaut foi um mestre no uso deste artifício. | ||
O Kyrie, da Missa de Notre Dame, está fundamentado no tenor, que por sua vez está escrito em sete taleas, células rítmicas, com quatro notas cada uma, perfazendo um total de 28 notas. | ||
Machaut começa escolhendo uma melodia do cantochão para escrever o tenor, melodia que cantará sem variações significativas, caminhando por graus conjuntos, o que caracteriza o cantus firmus, e sobre esta voz ele escreve as outras vozes com liberdade melódica e harmônica. | ||
Podemos observar que Machaut segue rigorosamente a isorritmia para o tenor, o que permite uma maior flexibilidade para as outras vozes, facilitando algumas regras do contraponto, como o movimento contrário entre o contratenor e o motetus em vários trechos, e a compensação de saltos intervalares com movimento por graus conjuntos. | ||
Compensação de salto intervalar com movimento por graus conjuntos | ||
Movimento contrário entre o contratenor e o motetus | ||
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Contratenor e o triplum | ||
Contratenor e o motetus. Observe que aqui também há movimento contrário | ||
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Veja mais sobre música na idade média nas matérias "O Cantochão e o Canto Gregoriano na liturgia católica" e "O surgimento e os primeiros desenvolvimentos da polifonia". | ||