A Música Instrumental no Período Clássico
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A Música Instrumental no Período Clássico

A música no período clássico, 1750 – 1820, foi marcada pelo contraste bem visível em relação ao período que a antecedeu, o barroco. A melodia foi valorizada com frases musicais curtas e bem definidas; suas cadências eram óbvias; a orquestra e...

Gesiel
5 min
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A música no período clássico, 1750 – 1820, foi marcada pelo contraste bem visível em relação ao período que a antecedeu, o barroco. A melodia foi valorizada com frases musicais curtas e bem definidas; suas cadências eram óbvias; a orquestra era maior em relação ao período barroco; com a introdução do piano, o cravo foi caindo em desuso; e surgiram músicas escritas especialmente para quartetos. Havia um maior contraste de dinâmica, com articulações límpidas e claras, com trinados e uso modesto de vibratos, e sua tonalidade era maior ou menor com bastante uso de modulações.

À melodia foi dada maior importância do que à polifonia, pois o pensamento do período clássico coincide com a Idade da Razão onde se buscava a clareza, a simetria, o controle emocional, o equilíbrio, em resumo: a simplicidade.

“Sinfonia” vem da palavra “soar”, mais precisamente traz a ideia de fazer “soar junto” um grupo de instrumentos. Não é uma invenção do período clássico, pois já se usava o termo no período barroco, porém, o desenvolvimento dado a este gênero, neste período, trouxe maior importância à sinfonia. Os principais compositores de sinfonia clássica foram CPE Bach, JC Bach, filhos de Johann Sebastian Bach, Stamitz, Haydn, Mozart e Beethoven.

A orquestra ganhou novos instrumentos como trompetes, clarinetas, fagotes, oboés, flautas, trompas e tímpanos, e ganhou um movimento adicional em relação a “abertura italiana” de Alessandro Scarlatti, um minueto ou trio antes do último movimento rápido.

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“Concertos” são obras escritas para instrumento solo com acompanhamento orquestral, também não foram criados no período clássico, mas foram amplamente trabalhados, em instrumentos, estilos e harmonia. Seus principais nomes foram Haydn e Mozart, este último compôs 27 concertos para piano, 6 para violino, 4 para trompa, 3 para flauta, 1 para oboé, 1 para clarineta e 1 para fagote. Assista ao 1º movimento do concerto para clarineta, de Mozart, na matéria "O Clarinete/ A Clarineta". Assista também, na matéria "Trompa", o 2º e 3º movimentos do concerto número 3 para trompa, também de Mozart.

Comumente era feita em três movimentos: o primeiro bem rápido, o segundo lento e o terceiro rápido. Cada movimento era trabalhado de maneiras diferentes em suas formas e veremos alguns deles mais adiante.

“Ópera”, encenação meio cantado, meio recitado, por isto muitas vezes chamado de “recitativo”, com acompanhamento instrumental, também foi herdado do período barroco, e teve no período clássico um amplo desenvolvimento na quantidade de instrumentos, na forma, no estilo, e no desenvolvimento artístico geral. 

Vários autores escreveram óperas no período clássico, como Haydn e Mozart, mas Gluck desenvolveu a estrutura da ópera de uma tal forma que é considerado o pai da ópera moderna.

“Sonata” são obras com vários movimentos contrastantes entre si para um ou dois instrumentos, por exemplo, para piano, ou para violino e piano. Para grupos maiores eram denominados pela quantidade de instrumentos: trio, quarteto, quinteto. Alberti, Haydn e Mozart despontam entre os compositores deste estilo. 

“Quarteto de cordas”, foi um estilo de composição feito para ser executado por dois violinos, uma viola e um violoncelo. Este grupo de “música de câmara”, ficou muito popular com as composições de Mozart e Haydn. Estas obras eram construídas na maioria das vezes em quatro movimentos: 1º rápido, 2º lento, 3º minueto ou trio, 4º rápido.

No período clássico todos estes estilos de composição se basearam em algumas formas de escritas tais como: forma sonata, rondó, minueto, trio.

“Forma Sonata”é o termo usado para descrever a estrutura de desenvolvimento de obras que se dividem em: exposição do tema, desenvolvimento do tema, e recapitulação.

Na exposição o tema é apresentado em uma tonalidade, que será trabalhada no desenvolvimento em uma tonalidade que tenha relação com a da exposição, e na recapitulação esta tonalidade original é retomada para expor novamente o tema principal. O primeiro movimento de Eine Kleine Nachtmusik, Pequena serenata á Noite, de Mozart, foi estruturado em forma sonata. Assista e acompanhe a exposição, o desenvolvimento e a recapitulação.


“Minueto”
 é uma dança francesa em compasso ternário, e “trio”, é um contraste onde se apresenta um minueto, seguido de outro tema totalmente diferente, e a reapresentação do minueto original.

“Rondó” é uma forma circular de temas, normalmente se apresenta como ABACA, onde o tema A se repete intercalando-se com temas musicais diferentes. O concerto para trompa número 4 de Mozart está estruturado em forma Rondó. Neste blog, na matéria "Trompa", temos um vídeo deste rondó, assista e observe o movimento recorrente do tema A, e veja também o rondó "Por Elise" de Beethoven, em "As histórias por trás de 'Por Elise'".

Todas estas formas foram bastante utilizadas, por todos os compositores, na construção das obras do período clássico como nas sonatas, nos quartetos de cordas, nas sinfonias, nos concertos e nas óperas. Vale lembrar que o pensamento dominante da época era o de popularizar a música e por isto surgiram várias obras com nível de dificuldade bastante simples para a execução de músicos que não tinham habilidade musical bem desenvolvida, ou seja, músicos amadores.  

REFERÊNCIAS:

Disponível em: http://global.britannica.com.Acessado em: 16/10/15.

Disponível em:http://cmed.faculty.ku.edu. Acessado em: 16/10/15.

Disponível em: http://dandanmusic.weebly.com. Acessado em: 16/10/15.