A Riqueza da Análise Melódica
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A Riqueza da Análise Melódica

O que o músico tem que observar ante a primeira leitura, e o compositor/arranjador deve considerar!

Gesiel
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Todo músico ao receber parte de uma peça e iniciar a chamada primeira análise musical que tem em suas mãos observando pontos relevantes à sua execução”. Estes pontos foram pensados ​​pelo compositor, o músico, muitas vezes de forma inconsciente, realizando uma breve análise musical do que foi escrito. Mas o que ambos analisam para escrever uma forma racional e executar uma forma razoavelmente mais?  

Nas aulas de percepção o músico inicia estudos e sua estruturação musical em paralelo e melodia, e neste vai começar a entender que nada na música é aleatório.

O compositor, ou arranjador, ao iniciar o seu trabalho leva em consideração alguns quesitos sobre quem irá executar-lo, por exemplo:

  • Escreve para profissionais ou amadores?
  • É para músico solo ou para grupo? Sendo grupo, este grupo é de câmara?
  • Se for para grupo de canto, é para coro ou para coral (uma vez que há música específica para um e para outro)?
  • Sendo coral, é infantil ou adulto? Se for para adulto, é masculino, feminino ou misto?
  • É canção destinada às massas ou canto congregacional?
  • É música infantil?

Primeiro é necessário entender o que é melodia.

“Melodia é o resultado da sucessão de movimentos de um tom a outro, ordenados ritmicamente dentro de um tempo determinado e andamento musical”.

Em ciclos históricos a melodia ganhou e importância em relação à harmonia. Em determinado período da música escolhida - notas se uma série de acordes e melodias resultantes das mais agudas dessas acordes.

No Período Clássico a melodia deveria ser facilmente entendida pelo ouvinte sem ser ofuscada pela harmonia. Já no Período Romântico, em determinadas fases, a melodia foi preterida em relação à harmonia, que foi trabalhada quase que ao extremo do conhecimento musical.

Começamos a análise pela tessitura, ou seja, encontrando qual a nota mais grave e qual a nota mais aguda de toda a peça, considerando o intervalo entre uma e outra em tons e semitons.

E qual a importância disto?

É consenso que um músico de qualidade deve dominar no mínimo duas oitavas de seu instrumento musical, e o mesmo vale para o cantor. Porém, a quem é destinado esta peça?

Música escrita para crianças, pensando em tornar fácil a execução, não deve ultrapassar uma quinta, ou seja, sete ou oito semitons. Canções cívico-militares, recomenda-se, ser trabalhada em cerca de uma oitava, algo em torno de doze ou treze semitons, o mesmo vale para cantos congregacionais muito utilizado nas igrejas cristãs.

Em seguida devemos nos ater à tonalidade da música, ou ao modo (maior ou menor). O domínio destes termos é de caráter obrigatório ao músico de qualidade, e se você não domina estes conceitos, faça uma visita ao canal “Harmonia Necessária” e se debruce no assunto.

Mas qual a relevância da tonalidade ou modo na execução de uma peça musical?

Em geral música composta para vozes femininas ao serem cantadas por vozes masculinas ficam graves uma vez que o homem, por motivos fisiológicos, não consegue alcançar as mesmas notas agudas que a voz feminina alcança, utilizando para isso a transposição da oitava, ou seja, executando a melodia uma oitava a baixo.

Da mesma maneira, música composta para vozes masculinas tendem a se tornar aguda para vozes femininas, pois, por um motivo de adequação, a tendência é transpor a melodia uma oitava à cima.

Cabe então ao compositor/arranjador encontrar uma tonalidade que torne mais fácil para ambos a execução da peça.

Outro ponto é em relação ao modo, maior ou menor, pois melodias no modo menor trazem em si algumas características que podem gerar dificuldade ao músico desatento. Por exemplo, o modo menor harmônico traz um intervalo de terça menor que ao ser cantado por quem não tem uma boa prática vocal pode trazer complicações. Sobre isto há um fato curioso que chamou a atenção do educador musical Húngaro Zoltán Kodály que observou que o intervalo de terça menor descendente era recorrente nas canções folclóricas de seu país escrevendo sua tese de doutorado sobre este interessante tema, e se você deseja conhecer melhor o seu trabalho veja a matéria  “Zoltán Kodály e Um Pouco de História dos Séculos XIX e XX”, aqui mesmo no Blog do Gesiel.

Ao analisar uma melodia deve-se também observar o contorno da linha melódica, ou seja, o sobe e desce no movimento dos tons, quer por graus conjuntos ou por salto, em intervalos curtos ou longos, se há notas que necessitam de um esforço maior na respiração, ou melismas que devem ser executados de uma só vez, bem como o fraseado musical. Ao realizar a análise do contorno melódico o músico muitas vezes se depara com regras do contraponto, principalmente se está executando uma peça em grupo. “Só Louco” de Dorival Caymmi; “Análise de Moro Lasso” , de Carlo Gesualdo; e “A Isorritmia na Obra de Machaut” .

Ao analisar uma melodia deve-se observar o contorno da linha melódica, ou seja, o sobe desce no movimento dos, quer por graus ou saltos, em intervalos curtos ou longos, se há tons maiores e importantes de um esforço na respiração, ou melismas que devem ser bem atendidos de uma vez só, como o fraseado musical. Ao realizar uma análise do contorno melódico o músico algumas vezes se principalmente com a finalidade de se adaptar a uma peça em grupo.

Sobre este aspecto específico recomendado com exemplos práticos que podem ser vistas no Blog do Gesiel, com técnicas melódicas simples e parciais, são elas: “Só Louco” de Dorival Caymmi; “Análise de Moro Lasso” , de Carlo Gesualdo; e “A Isorritmia na Obra de Machaut”.

Ao analisar o contorno melódico, é fundamental observar a dinâmica que a música pede, além, natural que muitas vezes não é escrita, o que nos leva ao próximo passo da melódica: a forma !

Forma nada mais é que a estrutura da música, que pode ser binária (AB), ternária (A–B–C), estrófica, e outras, onde deve-se observar seus ritornelos, passagens, pontos de modulação, mudança na fórmula várias de compasso, entre outros.

Em geral na es, muito em canções cívico-militares, e cantos congregacionais, há uma frase ou um período musical destinado a introdução, ocorre que nem hápertróficos sinais de ocorrência, devendo o músico se após o fato de que ao terminar compassos a existir há item deve ser explícito, e não há um pouco conhecido como “deve algum pedido ser minimizado na parte”. Claro que há um regente que ficará em seu encargo.

Ao longo olhar mais profundamente em uma peça musical, na ideia de extrair cada item de valor significativo, nos deparamos com o chamado “recurso melódico” , algo que os compositores têm se utilizados ao da história da música, dos quais apresentamos alguns:

Tema – também conhecido como apresentação, ou a ideia da música,   este recurso vai variar ou ser repetido ao longo da peça, caracterizando assim o elemento que determinará e será lembrado/associado a uma obra musical mencionada. Em uma fuga as vozes realizarão uma corrida, uma voz após a outra, sempre se usando do tema como melódico.

Motivo – são pequenos fragmentos do tema, que repetirão e serão lançados no desenvolvimento da peça musical. Um exemplo bastante marcante é o “Tan–tan-tan-tan” da Quinta Sinfonia de Beethoven.

Sequência – como o nome sugere, é um grupo de notas ou acordes que se repetem, normalmente com alteração de graus, o que difere o mesmo de outro recurso, mas dessa vez rítmico, conhecido como “ostinato”. Sequência, como recurso melódico, também é conhecida como “marcha contínua” muito comum em música popular..

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Ornamentos – pequenos grupos de notas utilizados para trazer uma beleza “extra compasso”, se assim podemos chamar, uma vez que esse grupo de notas não entra na contagem do tempo. Exemplos de ornamentos são: appoggiaturas, trinados e trêmolos.

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Na análise melódica há alguns teóricos que incluem ainda timbre e textura. Não é o alvo deste artigo, porém, havendo interesse no assunto, veja a matéria “Hino à Bandeira Nacional” , um excelente complemento.

Ao longo da história da música os compositores se utilizaram de diversos artifícios para compor suas peças, devido a riqueza do assunto estes serão temas dos próximos artigos.

REFERÊNCIAS:

www.britannica.com