O clarinete é um instrumento da família das madeiras (woodwind em inglês). Seu som é produzido pela vibração de uma palheta de bambu. Esta vibração cria ondas que são propagadas pelo interior do instrumento. As diversas chaves e aberturas são...
O clarinete é um instrumento da família das madeiras. Seu som é produzido pela vibração de uma palheta de bambu. Esta vibração cria ondas que são propagadas pelo interior do instrumento. As diversas chaves e aberturas são utilizadas para mudar a onda sonora e criar as diversas notas musicais. Os clarinetes são tradicionalmente feitos de ébano, havendo também modelos feitos de metal, granadilha, ebonite ou plástico. Tendo, os de ébano, um preço muito elevado em relação aos outros devido a sua madeira nobre com seu timbre mais aveludado. | ||
Isto oferece ao clarinetista uma grande variedade de campos musicais, conseguindo criar notas profundas e misteriosas assim como também notas alegres, rápido e até mesmo engraçadas. | ||
Na região grave, chamada de chalumeau o timbre é aveludado, cheio e obscuro; no registro médio, há uma mudança fantástica, pois o timbre torna brilhante e expressivo. Conforme o registro vai-se tornando agudo, o timbre vai-se tornando cada vez mais brilhante, e ganhando uma natureza humorística, sarcástica. A grande capacidade de expressão da clarineta tornou-se um instrumento de grande prestígio em diversos tipos de estilos. No Brasil, este instrumento é bastante utilizado na execução de choros, e em grupos de samba, serestas e na própria MPB. | ||
A clave usada é a clave de sol e pertence a um grupo de instrumentos chamados transpositores, o que, em poucas palavras, pode ser resumido da seguinte forma: a nota escrita (na partitura) é diferente da nota verdadeira: isso por causa da afinação própria do instrumento. Sendo assim, é necessário que haja uma transposição de notas para que toque no tom real da música. | ||
Mozart foi um dos primeiros compositores a explorar o clarinete como instrumento solista, compondo um concerto e várias peças de câmara. A sua escrita para o clarinete, favorecendo a beleza do registro grave do instrumento e um equilíbrio e fluência em toda a sua ampla tessitura, faz-nos pensar na escrita vocal e não é difícil imaginar tratar-se por vezes de uma voz de soprano. O uso do clarinete obbligato como dramatis persona em La Clemenza di Tito encontra-se na linha de uma tradição vienense do início do séc. XVIII, na qual se inscrevem múltiplas óperas, evidenciando uma relação estreita entre a voz e o chalumeau que, tomado como objeto significante, é associado a sentimentos específicos de caráter amoroso ou pastoral. | ||
A clarineta possui semelhanças com o oboé, mas difere deste no que diz respeito à sua forma (o oboé é cônico, e a clarineta é cilíndrica); no timbre (o oboé é rascante, anasalado e penetrante, enquanto a clarineta é mais aveludada que penetrante menos rascante e mais encorpada); e na extensão de notas (o oboé possui a menor extensão de notas dentre os sopros, enquanto a clarineta, a maior). Essas diferenças se dão principalmente pela forma cilíndrica da clarineta e do uso de apenas uma palheta, enquanto que no oboé, no fagote e no corne inglês (também membros das madeiras) se utiliza uma palheta dupla. | ||
A família do clarinete é composta por vários instrumentos: | ||
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Existem vários sistemas de chaves para clarinetes. O chaveamento para clarinetes foi evoluindo com o tempo e se tornando mais ergonômico, facilitando vibratos e glissandos, e melhorando a afinação. | ||
No inicio do século 19 a clarineta tinha de 6 a 7 chaves, mas não existia um sistema padronizado. Por volta de 1811 Iwan Muller fez vários aprimoramentos a clarineta e por volta de 1815, o sistema Muller com 13 chaves se popularizou. | ||
Hoje em dia o sistema de chaves mais usado é o Boehm. Ele recebeu este nome, pois tem como base o sistema com o mesmo nome que se tornou padrão nas flautas transversais criado pelo inventor Theobald Boehm. Esse sistema foi adaptado para o clarinete por Hyacinthe Klosé e Auguste Buffet. | ||
O sistema Muller que foi usado extensivamente no século 19 deu origem a dois sistemas ainda usados hoje: O sistema Albert é usado no leste europeu e em bandas de jazz, principalmente no sul dos Estados Unidos. E o sistema Oehler que é usado principalmente na Alemanha e Áustria. ´ | ||
O número de chaves/registos e de anéis pode variar bastante dependendo do sistema usado, tipo de clarinete, e do fabricante. | ||
Para clarinetes sopranos Sib. essas são as configurações mais comuns: | ||
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Devido ao numero reduzido de chaves e anéis, o sistema Albert também é conhecido como sistema simples. | ||
Uma variação ao Boehm bastante popular é o Boehm Completo, com 7 anéis, que adiciona algumas melhorias ao Boehm. Existiram vários sistemas experimentais e transitórios, dentre estes, alguns notáveis foram o Albert Aperfeiçoado e o Mazzeo, ambos produzidos pela Selmer, o Romero e o McIntyre. | ||
Texto de: Fabiana M Rodrigues Ferraz, Leandro Ferreira dos Santos e Gesiel da Silva. | ||
Referências: | ||
Disponível em: http://www.ciframelodica.com.br/clarinete |