Militares comandavam páginas de fake news (de mentiras) sobre a Amazônia. Se empanturram de filé mignon, salmão, picanha... Enquanto isso Bolsonaro segue anunciando golpe...
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Militares comandavam páginas de fake news (de mentiras) sobre a Amazônia, revelou relatório trimestral do Facebook sobre ameaças na plataforma. | ||
Entenda-se: como o mundo já sabe, estão estuprando a Amazônia. Desde o início da Era Bolsonaro, di cum força. | ||
Invasão de terras indígenas, ataques a aldeias e lideranças comunitárias, poluição devastadora do garimpo ilegal em rios como, por exemplo, o Madeira. | ||
E o governo incentiva. E uma tal força-tarefa sob comando do vice-presidente, Mourão general reformado, deveria salvar aquela porção vital da Pátria. | ||
Nada além de conversa mole. Mourão já é candidato a senador pelo Rio Grande do Sul. | ||
E a real está nas manchetes do final de semana: militares mentindo sobre a Amazônia, dizendo no Facebook que lá na selva tudo anda belo. | ||
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Ou, mamando. Melhor dizendo, se empanturrando: em um ano as Forças Armadas compraram R$ 56 milhões em filé mignon, salmão e picanha. | ||
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No mesmo fraseado citou os militares como “âncora” do Brasil. | ||
Tratou o “povo” como “exército” o presidente que atiçou corrida às armas como jamais se viu por aqui. | ||
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Os efeitos... Nas ruas, o mata-mata | ||
Os efeitos já estão nas ruas. Perguntem aos promotores sobre aumento de homicídios por motivo fútil, banal. | ||
Para não ser incomodado pelo STF, o presidente escalou um neurônio no “se a pátria nos chamar” e o segundo neurônio no “militares” como “âncora”. | ||
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Pensando bem, a alegoria é adequada. Âncoras são pesadas e notadas de duas formas. | ||
Ou inertes, como parte do cenário. Ou quando, por pesadíssimas, afundam. | ||
Os militares, entendamos de vez, são novamente o Poder. Trabalhando para seguir no Poder. | ||
Ocuparam o palácio e todas a principais estatais. E avançam vorazmente na política. | ||
Capitão na cabeça, general na cauda... mas é só um faz-de-conta | ||
Vejamos, por exemplo o general Braga Netto, que deixou o ministério da Defesa há dias já como pré-candidato a vice de Bolsonaro. | ||
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Orçamento secreto de R$ 588 milhões no Ministério da Defesa então sob comando do general Braga Netto. | ||
Braga Netto agora pré-candidato à vice-presidência pelo, imaginem só, PL do notório Valdemar Costa Neto. | ||
Informa Patrick Camporez no Globo: | ||
Via Ministério da Defesa, então com o general Braga Netto, foram distribuídos R$ 401 milhões que atenderam a 11 senadores, em maioria governistas Sobrou verba até para uma ‘capela funerária’.” | ||
Coube a esses 11 parlamentares, quase todos próximos a Bolsonaro, decidir em quais redutos eleitorais seria despejada a dinheirama pública. | ||
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Centenas de militares como candidatos... | ||
Coronel da reserva, Marcelo Pimentel diz no Twitter: o general Braga Netto jogou em dupla com o presidente da Câmara, Arthur Lira, o Yama. | ||
“Yama”, no caso, um acréscimo de minha parte. | ||
Disse mais o Coronel Marcelo Pimentel: | ||
“Pavimenta-se a rede de apoios/alianças (capital político) para as centenas de candidaturas de generais/coronéis do Exército Brasileiro”. | ||
Repetindo: centenas de candidaturas de militares. É o que o Coronel Marcelo Pimentel chama de “o Partido Militar”. | ||
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Uma ditadura para... impedir uma ditadura | ||
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No dia 31, o então ainda comandante do Exército, general Braga Netto, e comandantes da Aeronáutica e Marinha assinaram uma Ordem do Dia grotesca. | ||
O general e os comandantes da Aeronáutica, Baptista Júnior, e da Marinha, Almir Garnier, sem corar, escreveram : | ||
"O Golpe de 64 gerou fortalecimento da democracia." | ||
Como sabemos, o golpe militar e civil de 64 gerou uma ridícula ditadura de 21 anos. | ||
Com censura, sequestros, tortura, estupros e desaparecimento de presas e presos políticos, exílio e assassinatos. | ||
Com a lógica habitual, Chefes militares repetem que a ditadura foi instalada para impedir... uma ditadura. | ||
21 anos de ditadura para impedir... uma ditadura. | ||
O nível intelectual e moral de quem defende tal tese já indica até onde fomos e estamos metidos. | ||
A corrupção durante a Ditadura Militar 64/85 | ||
Fevereiro de 2020. Há dois anos e dois meses, assassinado o capitão PM Adriano da Nóbrega. | ||
O que agora, no presente, se trama para o futuro próximo, já estava então em andamento, perfeitamente visível. | ||
Tinha a ver com a última ditadura. E com o futuro. Personagens e a articulação lá já estavam, solares. | ||
O que agora está posto, milhões se recusam a ver. Ou fingem não ver. | ||
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Os militares são, cada vez mais, uma casta. Têm previdência integral, se aposentam com qualquer idade, podem acumular um segundo emprego. | ||
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No topo, no governo e não só, generais e que tais recebem mais de R$ 100 mil por mês. | ||
Quem sabe, sabe... | ||
O general Braga Netto era ministro da Defesa até a semana passada. Vejamos as coincidências na sua extraordinária trajetória. | ||
Em 2018 Braga Netto foi o interventor no Rio. Com todos os serviços de informação ao seu dispor. | ||
Do Exército, Marinha, Aeronáutica, das polícias militar, civil, e federal. | ||
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À época, a cidade do Rio de Janeiro já tinha estimados 57% do seu território sob comando de milícias e facções. | ||
O que aconteceu de lá pra cá nesses 4 anos? Nada. Ou melhor: o milicianato ascendeu. O crime organizado se consolidando, em aliança com a Política. | ||
E o general? O general saiu do governo obviamente com um mapa do crime organizado no Rio de Janeiro. | ||
E dali ele foi chefiar o Comando Militar do Leste. E de lá saltou para a Chefia do Estado Maior do Exército. | ||
Notem o percurso e as coincidências. A 18 de fevereiro de 2020, Braga Netto assumiu a Chefia da Casa Civil de Bolsonaro. | ||
Convite feito dois dias, 48 horas, depois do assassinato do capitão Adriano da Nóbrega. | ||
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Adriano, o capitão associado ao Queiroz, o faz-tudo dos Bolsonaro. A Ronnie Lessa, o assassino de Marielle e Anderson. E a Flávio Bolsonaro, o 01. | ||
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Adriano, o Chefe do Escritório do Crime, uma agremiação de pistoleiros e matadores de aluguel. Adriano que empregava mãe e mulher no gabinete de Flávio Bolsonaro. | ||
Flávio Bolsonaro, como se sabe, condecorou o matador com a Medalha de Tiradentes. | ||
Já o seu pai, o hoje presidente da República, defendeu Adriano na Tribuna da Câmara dos Deputados. | ||
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Quatro dias depois de Adriano ter sido condenado por assassinato. | ||
Se eu e vocês sabíamos disso e dos óbvios significados, o general Braga Netto sabia e sabe muito mais. | ||
Como recomendava Brecht, distanciem-se um pouco e pensem: o que mais é preciso dizer e demonstrar? | ||
É preciso ser profeta, oráculo, pitonisa para entender os significados dessa ciranda? | ||
Braga Netto, agora pré-candidato de Bolsonaro à vice-presidência da República. | ||
E dele seguimos não ouvindo um A sobre o que conhece e sabe sobre o crime organizado. Sobre as milícias e facções Rio e Brasil afora. | ||
Anotem: quando for preciso, em meio à eleição, o general evocará as Forças Armadas, a “âncora”, sem precisar citá-las. | ||
Apenas como promessa embutida, intuída, de que um super-herói virá para nos salvar. | ||
No posto de super-herói segue esse tipo aí... | ||