Empreender é atitude de gente que busca respostas. Para isso, é claro que é necessário saber fazer as perguntas corretas. Ninguém resolve empreender sem antes exista dentro de si certas dúvidas relevantes.
Aprendi, depois que me aventurei a entrar em um novo mercado, que o resultado das nossas questões mais fundamentais e corajosas nos forçam a despertar para nossa condição, revelam problemas que não notamos com clareza ou que não temos coragem de ser honestos para enfrentar.
Na minha jornada, muito do que pensei que seria fácil não se encontrou assim, por outro lado, me surpreendi aquilo que achei que seria complicado se revelou com certa simplicidade. No meio de alguns furações, precisei reformular perguntas e mudar respostas.
Perguntas duras precisam de respostas sinceras.
O resultado que descendem das dúvidas mais elementares podem abrir nossos olhos para uma nova consciência. Não acredito que foi o espírito empreendedor que resolveu ser protagonista nos últimos tempos, mas penso que é resultado de um mundo que está se livrando, mesmo que aos poucos, das anestesias que paralisaram gerações inteiras. Sim, muita gente está acordando para a nova maneira de absorver o novo mundo.
Devagar, estamos decodificando novas realidades, novos caminhos, suas complexidades e aprendendo a interagir novamente. Até mesmo aqueles que têm medo de sair do próprio casulo e nunca se arriscam, notam que a zona de conforto de muita gente tem sido bombardeada. Já falei um pouco sobre isso aqui.
Essa exposição constante às mudanças, inclusive as que a gente não pediu, costuma embaralhar as velhas certezas. Tem uma frase do Yuval Noah Harari que vive girando na minha cabeça: “Em um mundo de mudanças aceleradas, a principal habilidade é reaprender.” Não lembro exatamente onde li, mas ficou. Parece até torturante quando bate aquela nostalgia por tempos mais “simples”, mas sinceramente, viver é, no fim das contas, uma sucessão de perguntas que vão ficando mais difíceis ou que simplesmente trocam de roupa.
Você vê as pessoas à sua volta mudando de direção, amigos que largam tudo pra virar baristas, gente que reinventa o que significa ter sucesso. Acho curioso como essas pequenas revoluções silenciosas acontecem. Ninguém vai postar o fracasso no Instagram, mas todo mundo sente aquela coceirinha de insatisfação que cutuca no meio de uma tarde qualquer. Talvez, no fundo, seja só medo de não estar perguntando o suficiente, ou de ter parado de ouvir as próprias respostas.
Coragem para responder
As interrogações nos dão força para analisar a real circunstância em que estamos, nos fazem aprender a situar-se e encarar com seriedade a situação concreta, as respostas corajosas empurram muita gente para uma tomada de atitudes concretas e nos faz aprender a encarar consequências.
Perguntar nos ajuda a livrar-se um pouco das garras do comodismo. Algumas perguntas precisam ser feitas por qualquer empreendedor e respondê-las em busca da verdade nos ajuda a prosseguir.
- O que pode acontecer se você arriscar algo novo?
- O quão plausível é aquilo que planeja fazer?
- O quanto você confia nas pessoas envolvidas em seus sonhos?
- Qual é a sua principal razão para escolher tentar, ou não?
- O que realmente o faz continuar parado?
- Qual exatamente é seu medo? Do que foge?
- Quais são suas desculpas de estimação?
As perguntas não são nossos problemas, mas muita gente está paralisada porque tem medo das reais respostas.
O segredo é identificar os medos, neutralizá-los e mexer-se.
Não é conselho de auto-ajuda. Estou recomendando que tente reagir toda vez que se ver paralisado diante de um planejamento, ou em situação de postergar determinadas providências, ao pegar-se em flagrante tentando adiar alguns dos enfrentamentos necessários, até mesmo procurando atrasar atitudes e soluções por falta de confiança.
Apenas pare! Dê um nome para essa coisa que habita em seu coração. Encontre uma palavra para isso. Medo? Timidez? Insegurança? Depois, com novas perguntas, descubra como pode absorver esse sentimento, desarmá-lo e inutilizar isso em você. Parece complicado, mas é bastante simples sondar seu próprio coração.
Antes de enfrentar o mercado louco para engolir novas ideias, novos empreendedores, novos mercados, é preciso ter coragem para realizar diversas perguntas e ter a valentia de respondê-las com sinceridade. Faça isso agora! O máximo que poderá acontecer é encontrar respostas. Se você encontrar resposta em você, certamente achará para o mundo. E este é o trabalho do empreendedor sério.
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