Quantas vezes você já reclamou da segunda-feira? Já desejou que ela nunca chegasse? E só de ouvir a abertura do Fantástico, sente aquela bad? Essa era a minha realidade até um ano atrás. Atualmente, encaro cada semana como uma nova oportunidade e tenho um caso de amor com a segunda-feira. Bem clichê, coisa de motivacional mesmo, mas é a verdade.
No entanto, mesmo amando o que faço, nem sempre é fácil. Por isso, além de contar minha história, preparei dicas para ajudar você, freelancer ou não, a fazer suas segundas-feiras um pouco menos doloridas, ou começar um romance com essa dia. Vamos lá?
A minha, a sua, a nossa história
A minha história é parecida com a de muitas pessoas. Tive alguns empregos, uns melhores, outros piores, mas nada que realmente fizesse eu me sentir realizada ou em direção a um propósito. Era aquela vida de bater ponto, fazer minhas tarefas e ir embora. Esperava o happy hour, o final de semana e o feriado. A segunda-feira? Que ficasse bem longe!
Nos cerca de seis anos nesse estilo de vida, o dinheiro também nunca foi suficiente. Sem motivação, a gente não rende e não cresce. Por isso, sempre precisei complementar a renda com freelances. Fazia cobertura de eventos, administrava redes sociais, escrevia para revistas, blogs, sites e o que mais aparecesse.
Sabe o engraçado? Hoje, olhando para trás, vejo que gostava mais de fazer os trabalhos extras do que o formal, mas essa é uma daquelas coisas que a gente entende com o tempo.
A grande mudança
Nessa busca por freelas é que a Rock Content entrou na minha vida. Uma amiga falou a respeito, e eu adorei a ideia de fazer meus extras em modelo home office. Eu realmente amo escrever, então, em menos de duas semanas, pesquisei sobre a Rock, fiz o curso, a prova e a candidatura e fui aprovada.
Resumindo toda a história, dois meses e alguns projetos depois, percebi que estava amando escrever para a Rock e que poderia ganhar a mesma coisa, ou até mais, se trabalhasse nisso o dia todo. Depois de uma crise de ansiedade no trabalho, uma ida na terapia e uma conversa com alguém em quem confio muito, decidi pedir demissão e empreender.
No início, não foi uma transição simples, apesar do entusiasmo. Tive noites em claro pensando se fiz a escolha certa ou se aquele sentimento de liberdade inicial ia se dissolver nas pequenas frustrações do cotidiano independente. Mas, aos poucos, a rotina se encaixou do meu jeito, sem aquele relógio de ponto invisível martelando o tempo todo na cabeça. E fiquei surpresa, confesso, com quanta coisa a gente acaba descobrindo sobre si mesmo quando deixa de seguir só o roteiro dos outros.
Ninguém fala que, junto com o medo, vem uma sensação engraçada de possibilidade. Parece coisa de roteiro de filme (só que sem música dramática de fundo), mas alguma coisa muda quando você é o responsável pelo próprio dia a dia. Claro, teve dia de querer desistir, de quase mandar currículo para aquela empresa com “benefícios irrecusáveis” só pelo susto, mas aí lembrava que não queria voltar pro automático. Olhar pra esse processo todo agora, em 2025, quase soa inventado – mas foi um meio-termo entre tropeço, sorte e um bocado de testar até acertar.
Um novo significado para a segunda-feira
Numa sexta-feira eu estava em um emprego formal, na segunda-feira acordei cedo para começar minha nova vida. Animada, feliz, com um friozinho bom na barriga. Confesso que pensei que a sensação de satisfação iria embora quando surgisse dificuldades. Mas adivinha?
Um ano depois eu continuo acordando feliz. Além da Rock Content, escrevo para outras empresas e a diversificação também me faz bem.
A verdade é que a gente cresce escutando que a segunda-feira é ruim. Querendo ou não, ver alguém bem nesse dia da semana é irritante para a maioria das pessoas. Mas, vamos refletir: realmente precisa ser, ou é a construção social que nos leva a isso? Recuso-me a acreditar que a vida é pagar boleto e esperar a sexta-feira.
Para mim, segunda-feira significa voltar para a rotina de trabalho que eu mesma criei. Sento-me na frente do notebook e começo a produzir. Coloco a música que quiser, inicio o dia com o que achar melhor, sinto-me realizada por ter bastante trabalho.
Os finais de semana também estão melhores, porque só produzo se quiser ou precisar e descanso sem sofrer quando o domingo está acabando.
Bom dia, segunda-feira!
História contada e você deve estar pensando: “Ah, pra você é fácil, mas pra mim… (complete aqui com a sua história)”. Bom, eu gosto de espalhar mensagens positivas, porém, convenhamos que um empurrãozinho é muito bem-vindo. A vida freelancer tem muito de autoconhecimento e encarar a semana de forma positiva é também um treinamento.
De forma prática, resolvi dar algumas dicas que uso na automotivação. Consiste em acabar com essa ideia de que a segunda-feira é ruim que está gravada no seu cérebro.
Estabeleça um ritual da felicidade
Calma, não vou falar pra você meditar, fazer yoga e ser grato por três coisas, a não ser que você queira. A dica é começar a semana fazendo algo que goste. Pode ser academia, uma caminhada, passear com o cachorro, tomar um café da manhã bem gostoso. Importante: antes de começar o trabalho, ok? Então, larga este celular!
A gente está sempre ansioso e preocupado, mas em vez de pensar em tudo ao mesmo tempo, encare a realidade: você tem uma semana inteirinha para resolver seus problemas e desafios. Portanto, comece leve e faça algo bom por você.
No meu caso, é só café da manhã, silêncio, luz e brisa matinal. Nada incrível, mas é suficiente para me fazer levantar da cama e me dar aquela dose de bem-estar.
Comece por algo que gere uma recompensa
Está na frente do computador e bateu a ansiedade? A dica agora é relacionada à produtividade. Depois de colocar sua música favorita e se organizar, comece por algo que gere uma recompensa, ou seja, algo que, depois de pronto, lhe dê a sensação de “nossa, já resolvi isso, que bom!”
Pode ser um grande problema ou apenas uma tarefa que precisa ser concluída. A satisfação de ver algo resolvido ou finalizado, logo no início da semana, é um impulso. Leva o nosso cérebro a desejar essa recompensa e gerar um efeito dominó de produtividade.
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Aproveite sua flexibilidade
Tem muito freela que se esquece disso, então vou falar: aproveite a sua flexibilidade! Não adianta nada acordar cedo e ficar mal humorado e pouco produtivo. Faz mal pra você e para seu trabalho e seu cérebro ficará esperando por essa sensação ruim todo domingo à noite.
É bastante comum ter uma noite mal dormida depois de um domingo de preguiça. Portanto, se precisar ficar na cama por uma hora a mais na segunda-feira, fique! Se você não é uma pessoa matutina, durma mais ainda. Com a semana correndo e você já no clima de trabalho, provavelmente conseguirá compensar esse tempo.
Aceite o dia ruim
Você pode ter seguido todas as dicas anteriores e ter um dia ruim. Isso acontece porque viver é isso aí mesmo. Você pode dormir mais e acordar mal, ter uma crise de ansiedade, bloqueio criativo, não conseguir resolver um problema. É dureza, mas você pode encarar de uma maneira produtiva.
Eu digo novamente: a semana só começou. Então, recomece na terça-feira: faça algo bom, reorganize, desafie-se e busque o resultado. É claro que nem sempre é maravilhoso. Mas, assim como a gente precisa olhar para o início da semana como oportunidade, vale a pena ver a dificuldade como aprendizado.
Quero finalizar dizendo que amar a segunda-feira não é sorrir toda hora. Motivação da vida real é acordar, fazer o que é preciso e aproveitar a satisfação de ter feito. A vida freelancer me traz muitas alegrias e é um modelo que funciona para meu jeito de ser. Tem gente que não se adapta e está tudo bem também.
Ser freelancer me mostrou que lidar consigo mesmo, às vezes, é mais difícil do que enfrentar um chefe ou cliente estressado. A diferença é que você cresce toda vez que aprende a se automotivar e quebrar suas próprias barreiras e crenças limitantes. Gostar da segunda-feira é também uma forma de viver melhor.
Esse foi o meu caso de amor com a segunda-feira. Você tem uma experiência interessante como freelancer para compartilhar? Vem cá escrever para a Coluna Freela. Adoramos boas histórias!
Liandra Cordeiro
Escrevo desde sempre e transformei paixão em profissão. A meta é nunca parar.
