Estava achando que a vida de redator freelancer era moleza? Como se não bastasse dominar as técnicas da redação web, sacar sobre palavras-chave e buscar sempre a qualidade do conteúdo, é preciso saber revisar o próprio texto com perfeição.
Mas já vamos antecipando que não é da noite para o dia, muito menos através de fórmulas prontas, que você vai se tornar o melhor revisor de si mesmo.
Apenas a prática diária poderá lhe ensinar a lidar com seus pontos fracos, sejam eles relacionados à gramática, à ortografia ou ao vocabulário.
Pensando nisso, neste post, apresentamos 10 técnicas de revisão para não deixar passar nada batido em seu texto, facilitando a vida do seu analista de qualidade e satisfazendo as expectativas do cliente. Como revisar o meu próprio texto? Continue com a gente e descubra!
1. Adote a escrita proativa
Tempo sobrando é um luxo na vida de qualquer redator. Gastar horas e horas com apenas um texto significa perder a oportunidade de se dedicar a outros e, consequentemente, uma receita menor no fim do mês.
Por isso, o ideal é que você escreva de forma a acelerar o processo de revisão final. Como fazer isso?
Escreva sempre na formatação final, ou seja, com parágrafos alinhados ou justificados e a fonte de costume, separando por subtítulos em negrito e destacando as palavras em itálico, além de já marcar os devidos hyperlinks e, se houver, links externos.
Acredite: a uniformização do texto disciplina o cérebro e, além disso, torna mais simples os ajustes finais. Afinal, você já terá visualizado parágrafos grandes demais e intertítulos desconexos, corrigindo imediatamente esses problemas.
2. Confie (desconfiando) no corretor do Word
Pense no corretor automático do Word como aquele seu colega que passava cola para você no colégio. A cola em questão podia tanto ser quente quanto uma verdadeira cilada.
Muitos redatores confiam piamente nas linhas vermelhas ou verdes do corretor e, com isso, acabam se dando mal. Frequentemente, o programa interpreta a escrita ao pé da letra e, dessa forma, faz sugestões sem sentido.
Por outro lado, você não deve ignorar tudo o que esse avançado software tem a lhe dizer sobre concordâncias equivocadas e falhas de digitação.
Na dúvida, sempre clique sobre os termos sublinhados para entender o que o Word quis dizer com o apontamento e, se não concordar, basta clicar em “ignorar”.
Lembre-se: para ser um bom revisor, você tem que ser mais inteligente do que o Word!
3. Mantenha-se fiel ao tipo de post solicitado
Na Rock Content, classificamos cada tipo de post de acordo com a quantidade de palavras solicitadas. Os mais comuns são blog posts de 500, 1000 e 1500 palavras, mas podem existir posts com volume superior, dependendo da complexidade do assunto.
Para os materiais ricos, como os e-books, o tamanho em palavras é de 2000 ou mais. Assim, esses números devem ser a linha de chegada do redator, o deadline.
Como já mencionamos, é claro que a quantidade de palavras não precisa ser cumprida à risca, pois sempre há espaço para alguns parágrafos a mais, se estes forem realmente relevantes para o conteúdo.
Entretanto, não alcançá-la ou se afastar demais pode ser um forte sinal de que você não atendeu à proposta do pitch — e aí, meu amigo, coitado do seu analista de qualidade!
Ele terá trabalho redobrado, seja cortando o excesso de gorduras do seu texto prolixo ou enchendo linguiça para que o artigo respeite a proposta do SEO para conteúdos otimizados.
Portanto, mantenha a quantidade de palavras indicada na pauta em mente durante seu processo de escrita. Caso contrário, na hora de fazer sua própria revisão, você passará por um trabalhão desnecessário tentando cortar todos os adjetivos e artigos para fazer o texto caber no limite delimitado.
Às vezes pode bater aquela ansiedade de querer finalizar logo, principalmente quando o dia já foi longo e o cansaço pesa. O problema é que, na pressa de entregar, fica fácil ignorar detalhes pequenos e tropeçar justamente no mais básico. Não raro, é aí que escapam deslizes bobos — desde repetir um argumento já usado ou até mesmo esquecer uma informação importante do briefing. Se puder, respire (vale até um café extra) antes de decidir que o texto está realmente fechado.
Olhar para o texto como se ele fosse de outra pessoa, pelo menos por um instante, costuma ajudar. Já tentou reler seu trabalho por outro dispositivo? Ler no celular ou até imprimir uma página pode revelar problemas de coesão ou de ritmo que estavam invisíveis na tela do computador. É curioso como a mudança de ambiente ou suporte transforma nossa percepção. Essa “distância” faz muita diferença quando a tarefa é caçar inconsistências que, no automático, passariam batido.
4. Não tenha medo de cortar na própria carne
Para Drummond, escrever era “cortar palavras”. Mas, para alguns redatores, escrever é tão custoso que eliminar qualquer vocábulo é um suplício, e dilacerar parágrafos, uma tortura.
Mas o apego ao que foi escrito — com tanto carinho, é verdade — pode ser extremamente prejudicial ao produto final, que provavelmente conterá frases desconexas que em nada contribuem para a objetividade e clareza do texto.
Aproveite o ensejo da dica anterior e corte todo o excesso. Depois, releia tudo de novo e veja se os cortes comprometeram a compreensão do artigo ou se você pode cortar mais um pouco.
É claro que seu texto não pode ficar abaixo do mínimo de palavras exigido, mas depois disso, lembre-se sempre de que o importante é passar as informações solicitadas na pauta de forma clara e envolvente. Um texto mais comprido nem sempre quer dizer um conteúdo mais informativo ou relevante!
Ser sucinto é, frequentemente, muito mais interessante para o leitor. Isso é verdadeiro especialmente na produção de conteúdo para a web.
Afinal, na internet, ninguém tem muita paciência ou tempo para ler parágrafos e mais parágrafos irrelevantes, não é mesmo? Portanto, vá direto ao ponto para manter seu leitor envolvido do começo ao fim.
5. Trabalhe os sinônimos
Não tem coisa pior do que ler um texto cheio de coisas que se repetem, revelando que a culpa é toda da pobreza vocabular do redator. Que coisa! Palavras e termos que se repetem parágrafo após parágrafo, além de indicarem um redator desleixado, deixam a leitura extremamente cansativa.
Por isso, um ponto imprescindível da revisão bem feita é sempre adotar sinônimos — o próprio corretor do Word oferece opções, quando acionado! — para o principal assunto do seu texto.
Passe o pente fino frase por frase e mude aquilo que se repetir constantemente, eliminando inclusive os vícios de linguagem como as bengalas “Não é mesmo?” ou “Sabia?” e as detestáveis redundâncias que todo leitor odeia.
6. Deixe o texto “descansar”
Terminou de escrever? Ótimo. Salve o documento e vá dar uma volta, tomar um café, admirar a paisagem. De preferência, volte ao computador apenas no dia seguinte.
É que, quando estamos focados na produção do texto, nosso cérebro fica tão fixado na tela do computador que podemos deixar de visualizar erros banais ou construções superficiais.
Além disso, é claro que seu texto fará sentido para você, que acabou de escrevê-lo. Entretanto, algumas horas de distância farão você perceber os trechos confusos, as ligações mais feitas e a falta de fluidez do conteúdo.
Com a mente descansada, você não só terá mais calma para identificar as mancadas com mais precisão, como também poderá pensar em outras passagens criativas que vão enriquecer seu texto.
7. Releia em voz alta
A colocação de vírgulas é o calcanhar de Aquiles dos redatores, pois sua inserção é, muitas vezes, atrelada ao tom do discurso. Ao reler o texto em voz alta, você conseguirá definir com clareza quais vírgulas foram eventualmente engolidas e quais foram parar em um lugar onde não deviam na frase.
As vírgulas são importantíssimas para a correta interpretação do texto e, portanto, você deve tomar cuidado com suas regras. De maneira geral, aliás, a pontuação é um ponto que merece atenção especial na hora de revisar seu próprio texto.
Afinal, quando bem utilizados, travessões, exclamações e outros pontos são uma mão na roda, ferramentas interessantes para tornar o texto mais envolvente para o leitor.
8. Confira a pauta mais uma vez
Antes de começar a produzir seus conteúdos, você lê a pauta com atenção, sente aquela sensação de “ok, eu sei qual é o caminho que vou seguir”, mergulha nas referências e, então, está pronto para escrever. Se identificou com essa jornada?
Então, não deixe de fazer uma nova visita à pauta para certificar-se de que seu texto final contém tudo o que foi solicitado pelo cliente. Mesmo que o pitch deixe o caminho aberto para as informações do próprio redator, ele traz a linha geral do que o texto deve ser e, muitas vezes, apresenta quais são os itens que obrigatoriamente não podem faltar.
Portanto, essa conferência é importante para que você tenha certeza de que o texto que você está prestes a entregar condiz com as expectativas e necessidades do cliente.
9. Consulte especialistas
O redator web é um sujeito atarefado por natureza. Entre mil e um textos a serem entregues para ontem, resta pouco tempo para se aprofundar em todos os assuntos. Logo, o risco de errar ao discorrer sobre temas técnicos ou específicos de determinadas áreas pode ser alto.
Para que seu artigo não seja rejeitado, não tenha medo de recorrer à revisão de um especialista antes de enviá-lo para aprovação.
Um profissional da área poderá assinalar facilmente problemas conceituais no seu trabalho e, dessa forma, preveni-lo de um belo puxão de orelhas por parte do cliente.
10. Revise de novo
Você leu as estratégias anteriores com atenção, revisou seu próprio texto e acredita que o material está prontinho para ser entregue? Então… respire fundo, volte para o começo do texto e faça mais uma leitura.
Ninguém é de ferro, e até mesmo o melhor redator/revisor pode deixar passar uma letra fora do lugar, uma crase mal colocada, uma palavra repetida ou um erro de digitação.
Por isso, não conte com a sorte! Reler o texto à procura de erros, mesmo após a revisão, é uma sugestão certeira para você produzir o melhor conteúdo possível.
Lembre-se que nenhuma dessas dicas de revisão serão eficazes se você não estiver em dia com a gramática para identificar e corrigir erros de português.
Afinal, se você pode passar uma má impressão apenas com uma vírgula fora do lugar, imagine um erro daqueles que matam qualquer um de vergonha, como um “mais” se passando por “mas” escondido no meio de um call-to-action?
Arrepiou aí também? Por isso, agora é sua vez de contribuir com as técnicas de revisão que você desenvolveu. Deixe o seu comentário e conte pra gente as suas dúvidas, sugestões e estratégias preferidas sobre como revisar o meu próprio texto!