Que tal umas dicas para arrasar na utilização do substantivo próprio? Muitos redatores têm dificuldades na hora de empregá-lo e achamos uma boa ideia levantar o que fazer na sua aplicação para contornar as principais dúvidas. Mas antes precisamos definir o que é substantivo próprio e te ajudar a identificá-lo quando ele estiver presente em uma frase.
Substantivo próprio é todo substantivo que distingue os seres dentro de uma espécie ou categoria.
Então são substantivos próprios os nomes de países, de entidades governamentais, de cidades e de planetas.
Bem como também se encaixam nessa categoria todas aquelas palavrinhas que obrigatoriamente precisam começar com letra maiúscula pois se referem ao nome próprio de algo ou de algum lugar, como o oceano Atlântico.
Algumas das principais dúvidas com relação aos substantivos próprios surgem exatamente daí. Da grafia correta e da classificação daquilo que é ou não um substantivo próprio. Atente-se ao passo a passo a seguir e entenda como utilizá-los bem!
1. Diferencie-os dos substantivos comuns
O primeiro passo para arrasar na utilização dos substantivos próprios é aprender como diferenciá-los dos substantivos comuns.
É muito fácil se confundir na hora de escrevê-los porque em algumas instâncias temos dúvidas sobre o conceito de substantivo próprio em si. Fugir dessa dúvida é simples a partir do momento em que você aprende essa dica.
O substantivo próprio sempre indica algo específico. O que quer dizer que, quando nos referimos a um país, a palavra país é um substantivo comum, mas a partir do momento que o diferenciamos dos demais, o termo utilizado tem de ser um substantivo próprio. O exemplo abaixo pode ajudá-lo com isso:
- As pessoas daquele país são muito educadas.
- As pessoas da Alemanha são muito educadas.
- Não se come manteiga de amendoim no país.
- Não se come manteiga de amendoim na Inglaterra.
O substantivo próprio é sempre aquele que aparece para delinear algo específico dentro de uma categoria, no caso supracitado, países. Mas ele também pode ser o termo que usamos para nos referir a uma cidade, a um estado e a seres em específico.
O seu nome, por exemplo, é um substantivo próprio.
Os substantivos comuns, por outro lado, são aqueles que se referem a seres de uma mesma espécie, sem distinção alguma. Por causa disso e para que tenhamos facilidade em diferenciá-los, substantivos comuns são sempre grafados em letra minúscula.
2. Acerte na grafia do substantivo próprio
Não existe nenhuma situação na qual o substantivo próprio não seja precedido por uma letra maiúscula. Isso é bom porque podemos diferenciar com facilidade quais são os substantivos próprios em textos apenas filtrando os termos que nele são iniciados em caixa alta.
Depois, uma leitura atenciosa dos pontos é o bastante para diferenciar quais deles são nomes próprios e quais deles são grafados assim por outro motivo (que pode ser, por exemplo, o fato de se tratarem de estrangeirismos grafados assim no idioma original).
Todavia, atentar-se a esse fato vai adicionar uma precisão extra nas suas redações. É que colocar substantivos próprios em um texto sem atentar-se a essa regra faz com que eles estejam errados. E isso pode tirar pontos da sua avaliação quando um revisor fizer a correção do seu artigo, por exemplo.
A maioria dos corretores ortográficos está apta a orientá-lo com relação à escrita dos substantivos próprios. Boa parte deles, como o nome de países, constelações, planetas, pessoas e locais é reconhecido automaticamente pelas ferramentas.
Agora, falando de experiência própria, confiar cegamente em corretor automático é um convite ao tropeço. Já vi muito nome próprio travestido de erro, só porque o sistema não reconheceu um termo menos usual — digamos, um lugarzinho perdido no interior de Goiás ou o sobrenome exótico de alguém que nem aparece em lista telefônica. Dica rápida: um olhar atento sempre vale mais que o conforto da sugestão automática. E, olha, às vezes bate aquela insegurança e é aqui que aquela gramática velha na estante pode salvar a pátria.
Entretanto, cabe a você ficar atento na hora de escrever: alguns dos substantivos próprios menos comuns podem passar despercebidos e tornar-se erros ortográficos no seu texto final.
3. Entenda as variações do substantivo próprio
A maioria dos substantivos próprios não pode ser flexionada, exceto em casos muito específicos. É que não existem “Áfricas” nem “Inglaterras” e muito menos “Saturnos”. É só na poesia que o substantivo próprio encontra a possibilidade de variações múltiplas como essas e geralmente o efeito obtido é o de uma figura de linguagem.
Não custa lembrar que, às vezes, é difícil mesmo evitar esses deslizes. A gente se empolga numa redação criativa ou quer dar aquele toque de humor e, sem perceber, acaba flexibilizando um nome próprio aqui ou ali. Nem sempre é um erro grave — contextos literários vivem de brincadeiras assim — mas em textos formais, vale o cuidado. Talvez valha até pedir para alguém revisar, só para garantir que nenhum nome saiu dos trilhos sem querer. Afinal, ninguém quer perder nota por algo tão simples de evitar.
Agora, há casos em que o substantivo próprio flexiona porque diz respeito a duas pessoas que compartilham um mesmo nome. Pense em Pedro Henrique, Pedro Augusto e Pedro Thiago. Não seria incorreto dizer que “Os Pedros foram ao mercado”, desde que fosse estabelecido para o leitor que nos referimos aos três garotos citados anteriormente.
4. Aprenda a lidar com o gênero dos substantivos próprios
O que pode complicar a aplicação do substantivo próprio é o seu gênero. Afinal, devemos concordar o substantivo próprio com o seu nome ou com aquilo que ele é? Para dar um exemplo pensemos no “povoado de Três Marias”.
Esse Três Marias é feminino ou masculino? No geral, os substantivos próprios concordam com o que são (no caso, um povoado). Então não será incomum ver por aí frases como “o rio Iracema” e reduções como “o Iracema”, que estão corretas.
5. Confie na onomástica
O que faz com que os substantivos próprios sejam substantivos próprios é a característica de tratarem-se de um nome específico de uma determinada coisa.
A África, continente, é um substantivo próprio enquanto a palavra “continente”, por si só, não é. Para entender então quando um substantivo é próprio precisamos confiar em uma das várias disciplinas que compõe a língua portuguesa: a onomástica.
Onomástica é, basicamente, dar nomes às coisas. É nesse campo que estudamos o porquê de algo ter um determinado nome e entendemos as origens dos termos que utilizamos para designar coisas. A onomástica é diferenciada em toponímia (nomes de locais, como cidades, rios, relevos, povoados etc) e antroponomínia (nomes de pessoas, tanto os prenomes quanto os sobrenomes).
É nela que você pode se basear para determinar se um substantivo é nome próprio ou não. Sempre que aparecer uma dúvida procure entender a onomástica de um nome. Ela vai determinar, com precisão, se trata-se de um substantivo próprio ou não.
Gostou de entender melhor como funciona o substantivo próprio? Com essas dicas você não terá dúvidas na hora de escrever seus textos. Esperamos que os exemplos contidos aqui venham em mente sempre que você precisar diferenciá-los dentro de um contexto.