A Consagração do Campeão
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A Consagração do Campeão

Coluna Sobre o GP do Japão 2022

Bruno Elias
3 min
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Já estava anunciado. Era uma questão de tempo. Até quem vos escreve, já dizia desde o GP da Hungria que o título viria. E foi consumado após uma corrida caótica em Suzuka, que mais uma vez, voltou a ser palco de uma decisão, depois de 11 anos.

Seria até mais interessante escrever que foi um momento épico, com várias ultrapassagens dignas dos grandes campeões, ou que a corrida decisiva foi tão icônica como a de 2021.

Mas é preciso se ater aos fatos. E os mesmos demonstram que a corrida foi muito confusa. Primeiro foi que todos largaram de intermediário. Sainz, Albon e Gasly bateram. Gasly ainda fez um "cospobre" de Villeneuve, andando sem visão.

Bastou. A bandeira vermelha foi dada. E depois de uma sessão cinematográfica com trailers, ou melhor, duas horas depois, houve a relargada atrás do Safety Car, e depois mais meia hora de corrida.

Explicando... Quando houve a largada, e paralisação, rolou o começo do cronômetro de três horas para o tempo total do evento. Com isso, as voltas foram desprezadas e contava-se o período que faltava pra acabar o total.

Com isso, Verstappen, que já é um baita piloto de chuva, passou pro modo "Super Max" e disparou. LeClerc ficou com uma vantagem que Perez foi tirando até faltarem dez minutos.

A grande briga da prova ficou entre Ocon e Hamilton. O "patrão" ficou atrás do francês por mais de 30 minutos, tentando de um lado e de outro mas não conseguiu fazer a ultrapassagem.

Já na frente, o mexicano Perez pressionava LeClerc até não poder mais. Na última volta, após Verstappen cruzar a faixa final, o "Checo" fez o "monegato" aprontar das suas: na chicane da discórdia (apelidada assim pela polêmica de 1989), a Ferrari cortou caminho e não entregou a posição.

Com isso, a cerimônia de pódio foi atrasada em alguns minutos, para que se definisse alguma punição.

Os famosos cinco segundos de tempo foram acrescidos a LeClerc, que caiu para a terceira posição. Perez foi pra segundo.

Já Verstappen ganhou de brinde o título mundial, já que somou os 25 pontos cheios. Ironicamente, a quantidade de voltas somadas nos trinta minutos foi 27, que permitiu a FIA, malandramente, diga-se a verdade, entregar a pontuação total.

O campeonato ficou em boas mãos. Com o Bi, Verstappen já demonstra ser o melhor de sua geração, igualando ícones como Alonso, Ascari e Clark. Agora, faltando quatro corridas para o fim, a motivação se da em superar o recorde de Schumacher e Vettel, que tem 13 vitórias em uma temporada. Se conseguirá? Chance haverá. Mas nada é previsível na F1. O tempo dirá.

Bruno Elias