A Fé nos politicos é proporcional à ignorancia sobre a politica

Reconhecer os problemas da política real não pode servir como desculpa para aceitar o pior e o menos pior dos políticos e afirmar, com base numa justificativa profundamente equivocada, que a “política é a arte do possível”. É necessário saber quais são os limites da política para não idealizá-la, mas também adotar parâmetros elevados para impedir que políticos a mantenham como “a arte do pior possível”.

Se o comando dos três poderes e das instituições políticas estiver nas mãos dos piores (sistema que batizei de pejuscracia), as suas ações só poderão ser impedidas - ou suas consequências negativas minimizadas - por meio de limitações legais, do funcionamento dos outros poderes, da vigilância e pressão da sociedade. Sem esse controle, vencerá o banditismo e o autoritarismo disfarçados de republicanismo.

A ascensão de líderes demagogos é parte do processo de degradação social e política caracterizado pela substituição da responsabilidade individual pela promessa de direitos sem deveres, de trabalho sem esforço, de conquista sem renúncia, de liberdade sem luta.

É exatamente em períodos de crise que não podemos agir como crianças mimadas, dependentes de políticos, de governos, de representantes dos poderes executivo, legislativo e judiciário, e suplicar para que alguém venha nos salvar deles ou de nós mesmos. Sem conhecimento sobre o que acontece na política, ficamosmuito vulneráveis e incapazes de agir e reagir de forma adequada e eficiente.

Mesmo que o atual regime político e a arquitetura jurídica e institucional sejam poderosos obstáculos contra as reformas necessárias, temos que fazer o possível para ajudar aqueles que estão à nossa volta com informações e detox das paixões políticas, incentivar os melhores que querem entrar na política e ajudá-los a se eleger para tentar conter os estragos, resolver problemas existentes e tentar fazer o que for possível para realizar melhorias e evitar que as coisas piorem.

Para que a sociedade não se preocupe excessivamente com a política, é preciso, antes, impedir que os integrantes dos três poderes se preocupem excessivamente com a sociedade, e se achem no direito de intervir e atrapalhar as nossas vidas.