A Rainha era racista?

Verificado

Desde o falecimento da Rainha Elizabeth II, tem havido a reação já esperada por aqueles que manifestam ódio, ressentimento, ignorância histórica e um anacrônico desejo de vingança. Se o Brasil ainda fosse uma Monarquia e a nossa monarca tivesse falecido, a reação aqui teria sido muito pior.Uma das acusações recorrentes em perfis que repetem o mesmo texto com variações (sem dúvida, ação articulada) é que a Rainha era racista.

Mas não li qualquer prova ou evidência desse suposto racismo, a não ser apontá-la como representante do imperialismo inglês. Mas não há, até onde sei, qualquer registro de fala ou atitude racista por parte dela. Se ela fosse mesmo racista, não teria, por exemplo, permitido que seu neto Harry se casasse com Meghan Markle. E não só não foi contra a união como a recebeu de braços abertos para depois ser apunhalada pelas costas por ela e pelo neto.

A conduta e relação da Rainha Elizabeth II com os países africanos foram demonstração inequívoca damentira que é a acusação de racismo. O problema é que esse pessoal confunde o passado colonial inglês com o reinado dela, que assumiu a Coroa quando esse Império já não mais existia e a relação com os países da Commonwealth era bastante distinta da do passado.As atrocidades cometidas pelos ingleses durante o Império britânico nas suas colônias, e não só nas africanas como também nos EUA, é um dado histórico.

Negá-las é tão absurdo e mentiroso quanto negar as atrocidades cometidas por africanos contra africanos ao longo da história, incluindo a escravidão interna praticada por séculos em razão de disputas entre tribos inimigas que criou um comércio de escravos entre elas e, depois, com países da Europa e das Américas. Maspara onde isso nos leva?

Esse anacrônico revanchismo histórico é estúpido e estéril. Só acusar um lado da história e fingir que o outro lado não existe é pura vigarice intelectual. É perfeitamente possível criticar os aspectos infames do colonialismo inglês na África sem inventar mentiras contra a Rainha Elizabeth II nem fingir que não existiram atrocidades entre africanos. A história é o que foi. Mas, como se diz por aí, a maioria não está preparada para uma conversa de adultos.