A secessão do Brasil em 5 atos

Há 200 anos, em 7 de setembro de 1822, o nosso primeiro Imperador, D. Pedro I, declarava a separação do Brasil do Reino Unido com Portugal e Algarves. Mas a ruptura não aconteceu naquele dia exato e só pode ser compreendida a partir de cinco eventos históricos:

1- REVOLUÇÃO LIBERAL DO PORTO, no dia 24 de agosto de 1820, que, na verdade, foi um golpe militar que derrubou a monarquia absoluta sob o pretexto de instaurar uma monarquia constitucional, mas que exigiu o regresso imediato de D. João VI para Portugal, pretendia recolocar o Brasil como colônia e monopolizar o comércio brasileiro;

2- DIA DO FICO, no dia 9 de janeiro de 1822, quando D. Pedro I recusou-se a regressar para Portugal por exigência das cortes de Lisboa;

3- DECLARAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA, no dia 7 de setembro de 1822, por D. Pedro I, após grande articulação política no país e incentivo do rei português, D. João VI, pai do nosso imperador;

4- INDEPENDÊNCIA DO BRASIL NA BAHIA, no dia 2 de julho de 1823, data em que as tropas portuguesas foram expulsas de Salvador e a separação de Portugal foi concluída do ponto de vista militar. As batalhas contra os portugueses em território baiano começaram no dia 19 de fevereiro de 1822 e terminaram com a vitória brasileira no ano seguinte;

5- TRATADO DE PAZ, AMIZADE E ALIANÇA ENTRE O IMPÉRIO DO BRASIL E O REINO DE PORTUGAL, assinado no dia 29 de agosto de 1825 pelo rei D. João VI e pelo imperador D. Pedro I, e pelo qual o Brasil foi reconhecido como Império independente e separado do Reino Unido.

Por que é importante conhecermos esses eventos históricos que resultaram na nossa secessão do Reino Unido com Portugal e Algarves (secessão, e não independência, porque o Brasil era parte do Reino Unido e realizou uma completa separação política e econômica e criou novo Estado no mesmo território)? 

PRIMEIRO: para entendermos que a secessão foi parte de um processo e não um evento isolado. 

SEGUNDO: para sabermos que a nossa história é, rica, bonita e complexa - ao contrário do que muitos acham.

TERCEIRO: para que o conhecimento do passado nos oriente como parâmetro valioso na construção de um presente virtuoso.