Uma das leituras mais chocantes que já fiz foi a descrição minuciosa de um aborto legal realizado na Inglaterra. O texto havia sido publicado na revista Spectator e foi recomendado pelo Paulo Francis na sua coluna Diário da Corte, em 1991...
Uma das leituras mais chocantes que já fiz foi a descrição minuciosa de um aborto legal realizado na Inglaterra. O texto havia sido publicado na revista Spectator e foi recomendado pelo Paulo Francis na sua coluna Diário da Corte, em 1991. A leitura fez com que, para mim, o aborto deixasse de ser algo distante para se materializar naquele ser que foi dilacerado no ventre da jovem mãe. Deixei, inclusive, de usar a palavra aborto, que mascara aquilo que de fato é: assassinato de bebê que virá a nascer. | ||
Desde 21 de fevereiro, matar bebê que virá a nascer está liberado na Colômbia até 24 semanas de gravidez, além das atuais hipóteses legais. Basta solicitar o assassinato do filho durante esse período que não haverá qualquer tipo de punição, a não ser para a vítima indefesa dentro do ventre. | ||
A liberação formal de assassinato até 24 semanas foi autorizada pelo Tribunal Constitucional do país (o STF colombiano) ao julgar um pedido de inconstitucionalidade contra a criminalização nos casos definidos pela lei, como estupro, risco de morte da mãe ou feto com malformação que comprometa a sua sobrevivência. A ação foi ajuizada pela entidade abortista Causa Justa, nome que contradiz o seu próprio objetivo. | ||
A advogada da entidade abortista, Catalina Martínez, disse em entrevista que “a Colômbia fica na vanguarda dos direitos reprodutivos, tanto em nível regional quanto globalmente". A frase não faz sentido. “Reprodução” não é direito e o que os abortistas conseguiram foi isentar de responsabilidade quem decidir assassinar o filho. Ou seja, não se está a garantir “o direito de reprodução”, mas “o direito de interromper o direito de reprodução”. | ||
A prefeita de Bogotá, Claudia López, escreveu no Twitter que, "depois do direito ao voto, esta é a conquista histórica mais importante para a vida, autonomia e realização plena e igualitária das mulheres". Não entendo como se pode celebrar o privilégio (não o direito) de matar um ser indefeso. E quem se realiza ao matar o filho precisa de ajuda psicológica/psiquiátrica, não de complacência social/legal. | ||
Colômbia é mais um exemplo triste do quão árdua e longa é a luta contra a infâmia de matar bebê que virá a nascer. |