Arquitetura Clássica
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Arquitetura Clássica

A arquitetura clássica nos deixa felizes. Por que, então, não se constrói mais casas e prédios de acordo com esse modelo? Num texto publicado em 2017 na The Spectator, Ed West mostrou, com base em pesquisas, que viver em lugares com esse ti...

Bruno Garschagen
2 min
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A arquitetura clássica nos deixa felizes. Por que, então, não se constrói mais casas e prédios de acordo com esse modelo? Num texto publicado em 2017 na The Spectator, Ed West mostrou, com base em pesquisas, que viver em lugares com esse tipo de arquitetura não apenas deixam as cidades mais belas, mas aumentam a sensação de bem-estar de seus moradores.

<i>Palácio Anchieta, em Vitória-ES</i>
Palácio Anchieta, em Vitória-ES

Mas, tanto na Inglaterra quanto em outros países, esse tipo de construção foi preterida por duas razões principais:

1) Os arquitetos, na média, preferem projetos inovadores;

2) Restrições criadas pela legislação que define o planejamento e construções urbanas. Eu acrescentaria um terceiro aspecto: a incapacidade de escolha de quem contrata o arquiteto.

Segundo Roger Scruton no documentário Por que a Beleza Importa?, na virada do século 19 para o 20, os arquitetos passaram a considerar a utilidade mais importante que a beleza.No Brasil, basta consultar fotos antigas das cidades para verificar que a arquitetura antiga foi substituída por outra que era funcional, porém estéril e desalmada.

Nos lugares onde ainda existem construções históricas preservadas, andar pelas ruas desperta encantamento. Por outro lado, a desolação é enorme quando se visita centros antigos abandonados com suas construções degradadas. Se a história da civilização ocidental é constituída por altos e baixos e, por isso mesmo, por “uma série de renascimentos”, como ensinou Kenneth Clark na série Civilização, há de se frear o trem da destruição para manter de pé as construções que nos conectam ao passado.

Se nada fizermos para proteger essa manifestação concreta de beleza e de pertencimento oriunda da arquitetura, cada vez mais viveremos em cidades cheias de construções úteis ou inúteis, mas sobretudo horrorosas, vazias de história e de identidade.

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