Auschwitz nunca mais
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Auschwitz nunca mais

No campo de concentração Auschwitz-Birkenau, na Polônia, seis mil pessoas eram assassinadas diariamente em 1944. Símbolo infame do holocausto judeu, o local foi invadido pelas tropas soviéticas no dia 27 de janeiro de 1945 e seus prisione...

Bruno Garschagen
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No campo de concentração Auschwitz-Birkenau, na Polônia, seis mil pessoas eram assassinadas diariamente em 1944. Símbolo infame do holocausto judeu, o local foi invadido pelas tropas soviéticas no dia 27 de janeiro de 1945 e seus prisioneiros libertados. Aconteceu há 77 anos e deixou um saldo macabro de mais de um milhão de mortos.

Em “É isto um Homem?”, seu relato como prisioneiro, Primo Levi descreveu assim a sua chegada ao campo:

Fevereiro de 1944: “Em dez minutos todos nós, homens válidos, fomos reunidos num grupo. O que aconteceu com os demais, mulheres, crianças e velhos, nunca pudemos descobrir, nem na época, nem depois. Foram, simplesmente, tragados pela noite.”

O projeto nazista de extermínio dos “indesejáveis” começou com a matança de alemães com problemas mentais, deficiências físicas, com doenças contagiosas, crianças órfãs, idosos doentes. Em seguida, foi ampliado para exterminar ciganos, comunistas, socialistas, homossexuais, Testemunhas de Jeová e judeus. Os campos de concentração foram criados pelos nazistas como uma gigantesca máquina de trabalho escravo e de assassinato em massa. A “solução final” contra os judeus foi decidida na Conferência de Wannsee realizada em Berlim em 20 de janeiro de 1942.

A palavra holocausto foi, aliás, escolhida para definir o genocídio nazista porque significa sacrifício pelo fogo oferecido a Deus (tradução da palavra hebraica ʿolah). Era o termo mais adequado para representar a queima dos milhões de corpos das vítimas nos crematórios e fogueiras dos campos de concentração, inspirados nos campos de trabalhos forçados criados pelos comunistas russos (gulags), que foram aliados de primeira hora dos nazistas.

No livro “Assim foi Auschwitz”, Levi declarou que contar o que havia acontecido era “um dever para com os companheiros que não voltaram e é uma tarefa que confere um sentido à nossa sobrevivência”. O seu relato e de tantos outros sobreviventes devem ser sempre lembrados para que infâmias como nazismo, fascismo, socialismo e os demais autoritarismos e totalitarismos jamais se repitam e que também sejam derrotados.