O que há para Conservar no Brasil?
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O que há para Conservar no Brasil?

Essa é a pergunta mais recorrente numa conversa quando eu digo que sou conservador.

Bruno Garschagen
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Essa é a pergunta mais recorrente numa conversa quando eu digo que sou conservador.

A dúvida, legítima, revela alguns pontos interessantes.

Em primeiro lugar, a ideia equivocada de que o conservadorismo se resume a “conservar” tudo o que existe, o que é incorreto.

Em segundo lugar, ser incapaz de reconhecer o que temos a conservar em razão do amplo desconhecimento a respeito da nossa história.

Em terceiro lugar, essa incapacidade também é o resultado do treinamento que recebemos desde criança, em casa e na escola, para reconhecer tão somente o que temos de pior. Por isso, muitos de nós somos incapazes de identificar a nossa fortuna histórica e cultural.

Em quarto lugar, a percepção generalizada de que o Brasil não é o conjunto de pessoas que formam o povo, com virtudes e vícios, mas a totalidade exclusiva das nossas desgraças sociais, políticas, econômicas e a uma falsa representação do que é (e de quem é) “o brasileiro”.

Apesar do achismo contrário, porém, temos um tesouro extraordinário a ser conservado no Brasil: história, idioma, sotaques regionais, gastronomia, música, literatura, arquitetura, as várias influências e legados de povos distintos (indígenas, portugueses, africanos, italianos, alemães, pomeranos, suíços, espanhóis, japoneses, sírios, libaneses dentre outros.).

É extensa e valorosa a lista do que devemos conservar e proteger, o que significa cuidar e não aprisionar esse tesouro num museu imaginário. Preservar algo não significa deixá-lo num salão intocado e fossilizado, mas usá-lo, aprimorá-lo, atualizá-lo e, portanto, cuidá-lo adequadamente no presente.

Há muito a ser conservado, principalmente num momento em que indivíduos e grupos organizados tentam destruir parte importante do que nos torna brasileiros.