O Ucraniano que sobreviveu a Hitler, mas não a Putin
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O Ucraniano que sobreviveu a Hitler, mas não a Putin

Bruno Garschagen
2 min
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Boris Romantschenko - Cerimônia de aniversário da libertação do campo de Buchenwald 2012
Boris Romantschenko - Cerimônia de aniversário da libertação do campo de Buchenwald 2012

Aos 96 anos, depois de ter sobrevivido a três campos de concentração nazistas, o ucraniano Boris Romantschenko foi morto por soldados russos que bombardearam o prédio onde ele morava em Carcóvia, na Ucrânia. Ele morava sozinho, estava doente e quase não saía do apartamento, localizado no oitavo andar do prédio.

Nascido em 1926 na cidade ucraniana de Bondari, Boris tinha 16 anos quando foi preso e levado para um campo de trabalhos forçados na cidade alemã de Dortmund em 1942. Capturado após uma tentativa de fuga em 1943, ele também ficou preso no centro militar em Peenemünde e conseguiu sobreviver aos campos de concentração de Buchenwald, Dora-Mittelbau e Bergen-Belsen.

Assim como Boris, milhares de ucranianos que não eram judeus também foram levados para campos de concentração na Alemanha como parte da tática nazista para aterrorizar a população ucraniana. Muitos foram assassinados e uma parte sobreviveu.

Com o fim da Segunda Guerra em 1945, em vez de regressar para a Ucrânia, foi obrigado pelo regime comunista russo a a permanecer durante anos na Alemanha Oriental servindo no exército soviético.

Ao retornar para o seu país, retomou a sua vida e passou a ajudar no trabalho de educação das pessoas sobre os horrores do nazismo. Foi, inclusive, vice-presidente do Comitê Internacional Buchenwald-Dora.

Em 2012, Boris participou da cerimônia de aniversário da libertação do campo de Buchenwald e leu o juramento criado em 1945 por sobreviventes e que dizia: "a construção de um novo mundo de paz e liberdade é o nosso ideal". 

O homem que conseguiu sobreviver ao nazismo de Hitler, não conseguiu escapar da autocracia de Putin.