Se estivesse vivo, o filósofo Roger Scruton faria hoje 78 anos. Nasceu no dia 27 de fevereiro de 1944 e faleceu no dia 12 de janeiro de 2020.
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Se estivesse vivo, o filósofo Roger Scruton faria hoje 78 anos. Nasceu no dia 27 de fevereiro de 1944 e faleceu no dia 12 de janeiro de 2020. | ||
Você que me acompanha sabe da minha admiração por Scruton e sua influência sobre vários mundo afora. Mas ele também exerceu influência valiosa sobre muitos no leste europeu quando a região ainda estava submetida à União Soviética. | ||
Quando, em 1979, Scruton foi à Praga ministrar um seminário, verificou in loco o que era viver sob o totalitarismo socialista: o seminário era clandestino, ele foi parado pela polícia na porta do local, o silêncio das pessoas que o aguardavam parecia que o lugar seria bombardeado, todos poderiam ser presos só por estarem ali reunidos. Apesar do temor, resistiram, continuaram realizando encontros clandestinos, contrabandeando livros, alimentando a chama da liberdade interior. | ||
Nos países da região, foi criada uma rede de contato clandestina que se ajudava mutuamente para promover encontros, aulas e seminários com professores estrangeiros, contrabando de livros. | ||
Especificamente sobre a Ucrânia, Scruton escreveu um artigo publicado em 2014 na revista Forbes com o título “Para entender a Ucrânia, devemos recordar o passado comunista”. | ||
No texto, Scruton parte dos protestos realizados no país em 2014 contra o presidente recém-eleito, Viktor Yanukovych, aliado de Putin (veja o documentário que recomendei no post anterior), para fazer observações: | ||
1- O objetivo dos manifestantes era “sair da esfera de influência russa”, fugir para a Europa ocidental e deixar a memória do comunismo para trás; | ||
2- A posição da União Europeia contra a intervenção russa na Ucrânia era contraditória porque o bloco europeu não respeitava as fronteiras dos países-membros; | ||
3- O governo russo usava, já na época, a desinformação como método (Putin foi criado na KGB e depois comandou a sua sucessora, a FSB) e disseminava a mentira de que pretendia garantir a estabilidade da região e combater fascistas ucranianos (Putin os chama hoje de “nazistas”). | ||
Parte importante do que Scruton viveu nos países do leste europeu está contada em forma de romance no livro As Memórias do Underground (@erealizacoes). Recomendo vivamente. |