Será que os apoios que Lula recebeu se traduzirão em novos votos?
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Será que os apoios que Lula recebeu se traduzirão em novos votos?

Bruno Garschagen
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Dos apoios políticos recebidos hoje por Lula, os mais relevantes foram os da senadora Simone Tebet, do governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, e do seu adversário histórico, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).

Pelo poder que tem e por ter sido reeleito com expressiva votação, Barbalho tem condições de atrair novos votos para Lula no seu estado e ajudar na articulação com outros governadores da região. Porém, a capacidade de Tebet de fazê-lo é algo que está para ser demonstrado. O perfil médio do eleitor dela não parece ser o daquele que migra necessariamente para Lula. Quem votou em Tebet acreditou que a senadora era uma alternativa à Lula e não alguém que, derrotada, se aliaria a quem ela criticou por não apresentar propostas nem prestar contas.

Curiosamente, Tebet admitiu hoje que no encontro com Lula nada lhe foi apresentado. Mesmo assim, ela solicitou a incorporação de pautas do seu programa ao programa do PT que ela nem sabe se existe.

No caso de FHC, o apoio tem um peso meramente simbólico para Lula e para os petistas mais antigos, mas não se traduzirá em votos porque o ex-presidente não tem mais relevância política e o PSDB tornou-se irrelevante nesta eleição.

Muito embora os apoios recebidos hoje por Lula não tenham sido equivalentes aos anunciados ontem para Bolsonaro em MG, RJ e SP, serão todos eles importantes no somatório geral, principalmente na região nordeste onde Lula precisa consolidar a sua posição de favorito e Bolsonaro ampliar a votação do primeiro turno.

Hoje o dia para Bolsonaro também foi positivo com adesões importantes, como as dos governadores Ronaldo Caiado (GO), Ibaneis Rocha (DF), de políticos ligados ao agronegócio, de senadores em exercício e de senadores eleitos no domingo.

Outra boa notícia foi a neutralidade anunciada pelo União Brasil, além das já declaradas por MDB, PSD, PSDB, Democracia Cristã e NOVO, porque pode beneficiar Bolsonaro em várias regiões do país, incluindo no nordeste, pois os políticos desses partidos estarão livres para apoiá-lo caso já não estejam fechados com Lula.

E assim o segundo turno começa a tomar forma.