Stalin, Putin e a coferência de IALTA
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Stalin, Putin e a coferência de IALTA

A história é repleta de problemas que se repetem.

Bruno Garschagen
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A história é repleta de problemas que se repetem.

No dia 4 de fevereiro de 1945, teve início a Conferência de Ialta com os “big three”: Churchill, Roosevelt e Stalin. Nas reuniões realizadas até 11 de fevereiro, foi decidido o fim da Segunda Guerra e a divisão de territórios em zonas de influência.

Um dos temas mais urgentes era o futuro da Polônia. Churchill defendia que o país fosse livre, independente e forte, pois foi para isso que os ingleses entraram na guerra em 1939 contra os nazistas. Stalin era contra, pois queria controlar a Polônia por uma questão de:

1- Honra, em razão da longa história de conflitos entre os dois países;

2- Segurança, pois os inimigos sempre usaram o território polonês para invadir a Rússia, a exemplo dos alemães em duas ocasiões na primeira metade do século XX.

Na conferência, Stalin conseguiu parte do que queria e, a outra parte, ele levou na “mão grande” ao não respeitar o que havia sido acordado. E assim a Polônia, que já estava ocupada desde setembro de 1939, continuou sob domínio soviético até 1989.

Então chegamos a 2022: a tentativa do governo de V. Putin de controlar a Ucrânia também é motivada por honra e segurança:

1- Honra porque russos e metade dos ucranianos (que parece ignorar Holodomor) veem o país como parte da Rússia pelos laços históricos, culturais e religiosos. Os laços históricos são profundos: Kiev foi capital da Rússia em 882 e a “Rússia de Kiev” durou do séculos IX ao XIII. Mas esses vínculos também remontam ao século XVII, depois da rebelião cossaca em 1648, e não apenas ao regime soviético mo século XX;

2- Segurança porque, se a Ucrânia se tornar aliada formal dos Estados Unidos ou entrar para a OTAN, o país poderá ser usado como base militar e representar uma séria ameaça geopolítica e militar em parte da fronteira leste e sul da Rússia.

Não é sem razão que há autores que qualificam Putin como neostalinista. Não acho que Putin possa ser reduzido a isso (explicarei em outro post), mas a posição geopolítica e pragmática de Stalin e Putin é parecida assim como a ideia de restabelecer o poder da Rússia.

A depender do quão longe Putin chegar, o mundo sofrerá as consequências do seu poderio.