Por que Bitcoin?
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Por que Bitcoin?

São nos momentos de baixa que nos perguntamos, que raios estou fazendo aqui?

Cadu Moreira
5 min
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Normalmente as pessoas conhecem e entram correndo para o Bitcoin na euforia do mercado. Nesse momento os jornais estampam as capas, os amigos "ganham dinheiro" fácil, especialistas indicam e ninguém quer ficar de fora.

Mas e agora, isso cai também? O que eu faço?

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Existem 4 pessoas, resumidamente, nesse cenário.


1 - Quem nunca entrou e solta o engasgado "Eu avisei" (Após subir 1600%, em um ano). Morreu, é bolha. E acreditam que vai a zero.

2 - Quem corre pra fora rápido, no estilo "é uma cilada bino". Entraram na euforia achando que era pra sempre e saíram em uma correção desavisada na mesma velocidade que entraram. Basicamente, entraram na euforia e saíram no medo, no desespero. Dando ouvidos pra pessoa n.1.

3- Quem para e vai fazer suas pesquisas e achar respostas apenas agora, na queda, procurando conforto nesse momento. Não vende, mas também não compra. É na queda que a gente se questiona e vai procurar os porquês. Por que caiu? por que subiu? e o mais importante, por que Bitcoin?

4 - Perfil 3 acima, mas que já passou por isso antes. O chamado Hodler. Segura e não admite perder nem mais um pouco, aproveitando cada queda como oportunidade. Aqui só o longo prazo importa.

Fato é que, após entender melhor a tecnologia, seu histórico e suas características únicas, é difícil se contrapor a ela. E quanto mais tentamos ser "advogados do diabo", mais nossas dúvidas são tiradas e nossas certezas convertidas. Assim, permanecer com bitcoin em momentos desconfortáveis de correção, passam a ser bem mais confortáveis, e melhor, bons momentos de compra.

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Antes de discutir a tecnologia em si, precisamos entender nossa história monetária até aqui. Como saímos de um ativo escasso, pra algo manipulável. Do ouro para nossas moedas estatais (que só no Brasil, já foram várias).

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Uma sociedade complexa sempre precisou de algo para ser usado como transferência de valor, dinheiro, já que o escambo não tinha como ser praticado a todo momento. De conchas, pedras, sal aos metais preciosos, muito já funcionou no passado, mas os metais foram os que prevaleceram no comércio global, com o ouro despontando a frente.

Isso se deu por 3 motivos: Sua escassez (mesmo com o avanço tecnológico, não era possível encher o mercado de ouro, como se fez com conchas, pedras etc), durabilidade (não sofria corrosão, perda de propriedade), divisível (podia ser derretido e divido em menores unidades).

Apesar dessas boas características, os metais sofriam nas mãos de governos e falsificadores, que comumente alteravam a quantidade de metais preciosos nas moedas "diminuindo" o seu valor. Roubando aos poucos mais riqueza dos outros para si.

Com intuito de proteger a todos, trazendo credibilidade para o dinheiro novamente, ficou a cargo dos governos os monopólios monetários: emitir as moedas -> certificados -> e enfim, o papel moeda, como conhecemos hoje, mas lastreados no ouro.

Com tamanho poder, ficou difícil controlar a tentação de criação de riqueza, principalmente para financiar guerras ao longo da história. A partir dai o ouro deixaria de ser suficiente para tanto dinheiro emitido e supostamente lastreado.

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Isso foi até que em 1914, época que grandes potências se desfizeram de vez do lastro em busca da vitória na Primeira Guerra Mundial, com emissão a todo custo. Alemanha foi uma delas, mas seria a mais arrasada. Além de derrotada e obrigada a pagar indenizações as demais nações, viu também seu dinheiro em uma inflação descontroladíssima. Em 1923, cada cédula local chegava a valer um trilionésimo do que valia em 1914.

Já as nações vitoriosas voltariam ao padrão-ouro pós conflito, mas os resquícios da expansão monetária seriam sentidos no mundo todo ao fim da década. Em um país que não fora destruído, o crescimento econômico regado a um aumento de capital, foi um dos fatores da crise de 29 nos Estados Unidos.

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O padrão durou aos trancos e barrancos até 1971, sendo de vez extinto por decisão única dos EUA, obrigando o mundo a embarcar nesse sonho inflacionário, sem precisar, então, enganar mais ninguém. Ps: Hoje temos até meta de inflação. O governo promete qual o máximo que irá nos tirar anualmente.

Gráfico Dólar
Gráfico Dólar

Imagina você, em poucos anos, perdendo economias de uma vida. Suas reservas não valem mais nada e você percebe que seu dinheiro, no fim das contas, não é seu. Está a cargo de decisões políticas de um grupo pequeno da sociedade. É deles. E você é obrigado a usar o que eles controlam.

Cada país vive uma realidade. Moedas são eventualmente super inflacionadas e trocadas. Algumas mais fortes, ficam, mas não o seu valor. Crescimentos econômicos são desordenados e crises financeiras cíclicas. Bancos centrais são obrigados a manter e aumentar sempre os remédios para a doença criada.


Eu e você pagamos a conta. Alguns de nós fogem um pouco melhor, mas é preciso se arriscar.

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O Bitcoin não é uma vontade, é uma necessidade.
Com 12 anos de existência ele ganha mais adeptos ano após ano. Podemos dizer que ainda não é uma realidade, mas está mais próximo a cada dia. Escasso. Decentralizado, sem uma entidade central controladora. Transparente. É ouro digital.


Um meio de troca puro e simples, que nunca vai roubar o seu tempo.