Buriti, um amigo há 37 anos
2
0

Buriti, um amigo há 37 anos

Conheci o buriti em 1984, numa nascente do Rio Corumbá. Presenciei um desinformado  fazer um roçado e passar a moto-serra num buriti. Após a queda da palmeira, do cepo do tronco no chão a água brotava, escorria filtrada vindo da profundeza do...

José Augusto Campetti Nieto
1 min
2
0

Conheci o buriti em 1984, numa nascente do Rio Corumbá. Presenciei um desinformado  fazer um roçado e passar a moto-serra num buriti. Após a queda da palmeira, do cepo do tronco no chão a água brotava, escorria filtrada vindo da profundeza do solo. Essa imagem trago até hoje. E lá por aquela época passei a germinar suas sementes. Isso 37 anos atrás. Aquela água que escorria do tronco foi como um pacto, entre mim e a planta.

Nestes anos compreendi como a ocupação humana suprimiu o buriti das paisagens. São marcas de nascentes e veredas que foram suprimidas, pequenas ou grandes. Vamos a um exemplo em nossa cidade: dentro de Unaí temos duas veredas marcantes. Ainda reinam dois buritis na Vereda do Taquaril, no bairro Divinéia. Já na Vereda da Cidade Nova não restam mais buritis.

Em direção à Paracatu temos o Córrego Capão do Arroz, Ribeirão do Brejo, Ribeirão do Gato, todos já com os buritis suprimidos. Só vamos notar buritis mais à frente, depois de 30 km de Unaí.

Compreender como a fauna dispersora do buriti é importante, leva a incentivar o plantio por por mudas, já que grande parte dos agentes disseminadores foi dizimada nos ecossitemas.

Atualmente não há políticas públicas em Minas Gerais que incentivem o replantio, que é incipiente, uma iniciativa individual na maioria das vezes.

Nos próximos anos vou trabalhar na produção de material informativo impresso para que as próximas gerações tenham informações práticas para implantar suas iniciativas pelas veredas e buritis.