Soul & Flow
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Soul & Flow

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Cadu Lemos
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Soul & Flow

Nessa semana meio esquisita, entre natal e ano novo, assisti ao tão falado “Soul”, mais uma animação especial dos estúdios da Pixar.

O filme é uma delícia, tendo três aspectos me chamado muita atenção: 

  1. A produção de imagens (as animações estão cada vez mais realistas, sem perder seu traço único e a sensação do ‘desenho animado’ da minha época),
  2. A música, num estilo que sempre foi meu favorito, por ter como personagem principal um pianista de jazz e especialmente,
  3. A história bem contada de como podemos passar pela vida, sem perceber que bastando estar aqui, já temos razões suficientes para vive-la com intensidade e agradecimento.

Soul é um filme sobre o estado de Flow.

O personagem principal, Joe Gardner, com a voz de Jamie Foxx, é um professor de música numa escola de ensino médio e passa seus dias achando que sua vida só começaria de verdade, ao ser convidado para integrar uma banda com uma saxofonista famosa. Portanto, viver da música, sua grande paixão.

Sem dar spoilers, Joe passa desta para uma melhor , no dia que acha que sua vida ia realmente começar (o que por si só, já é uma mensagem poderosa do filme).

Ao conseguir fugir do ‘grande além’, cai numa espécie de ‘grande antes’ - não é o purgatório…

Lá, tem a oportunidade de rever momentos de sua vida e, inclusive, conhecer o lugar para onde se vai quando se está ‘in the zone’, ou no Flow. A piadinha com o NY Knicks é especialmente ácida.

Neste meu primeiro post de 2021, convido você a assistir Soul, para de uma forma leve e divertida, poder perceber que a busca de um ‘propósito’ - seguramente a palavra mais pronunciada por aqui no LinkedIn nos últimos dois anos e que juntamente com exponencial, quântico e outras tantas, começa a perder sua força original, - pode se transformar numa obsessão, uma camisa de força que te impede de aproveitar momentos e situações que dão o real sentido de estar aqui nesse mundo.

O Professor Mihaly Csikszentmihalyi já havia definido que um dos maiores benefícios do Flow, era o estado em si mesmo, autotélico, onde na real, a jornada e todos os seus desafios, são muito mais relevantes e preenchedores do que o destino. 

Neste video, parte dos 'extras' que acompanham a animação, uma entrevista com alguns músicos que participaram do filme e sua definição do estado de Flow:

2020 foi um ano difícil. 2021 seguirá sendo desafiador.

Que o Flow esteja com você.