A ruptura com a realidade
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A ruptura com a realidade

"O que é sinistro é a facilidade com que algumas pessoas vão de dizer que eles não gostam de alguma coisa a dizer que o governo deve proibi-lo. Quando você ir por esse caminho, não espere que a liberdade de sobreviver por muito tempo."

Sagran Carvalho
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"O que é sinistro é a facilidade com que algumas pessoas vão de dizer que eles não gostam de alguma coisa a dizer que o governo deve proibi-lo. Quando você ir por esse caminho, não espere que a liberdade de sobreviver por muito tempo."

Thomas Sowell

"Uma imprensa livre pode, é claro, ser boa ou ruim, mas, certamente sem liberdade, a imprensa sempre será ruim."

Albert Camus

"A imprensa sempre acaba por impor a verdade da notícia no lugar da notícia da verdade."

Artur da Távola

Imagem Redes Sociais.
Imagem Redes Sociais.

A desconexão da maioria da imprensa para com a realidade é algo que merecerá estudos no futuro. A negação dos fatos e a "reinterpretação da verdade" na busca que esta se encaixe na narrativa escolhida, vai minando o que ainda resta de credibilidade na  maioria absoluta do jornalismo profissional.

Que fique claro, não vejo problema  que as corporações midiáticas possuam uma linha editorial que abrace credos ideológicos, afinal, em maior ou menor medida, todos temos  visões de mundo, e claro,  o direito de expressar e defender estas ideias. O meu incomodo se refere  à negação e a deturpação da realidade auto-evidente, como estratégia para defender interesses, sem pudor algum em ignorar a veracidade factual na divulgação jornalística. 

Na cobertura das manifestações ocorridas em todo o Brasil,  na comemoração do dia da Independência, ficou escancarada a tática midiática de noticiar mentiras como se verdades fossem, a começar pelos adjetivos adotados: nomeou-se uma manifestação pacífica, ordeira de uma maioria caudalosamente gritante como "manifestações anti-democráticas", enquanto, nas manifestações da oposição, de uma minoria barulhenta com bandeiras defendendo a ditadura do proletariado eram chamadas de "manifestações democráticas".

Acusa-se a maioria pacífica de golpista e a minoria militante de democrática...

O paradoxo é que em São Paulo, justamente entre o que a imprensa nomeou de "democráticos" é que foram encontradas armas e materiais para confecção de bombas.

A guerra aberta e declarada contra o ocupante da presidência tem feito jornalistas e seus empregadores, com o apoio de artistas e intelectuais engajados, a perder toda a razão, chegando ao absurdo de fecharem os olhos para colegas de profissão presos por crime de opinião e sem o devido processo legal, num apoio velado à censura e ao controle da divulgação midiática. 

É surreal!

A perda do monopólio da informação os levou ao desespero. Preferem o arbítrio à concorrência.

Criou-se uma bolha, onde jornalistas falam apenas para eles mesmos, numa desconexão total com a vida longe das redações e do meio que frequentam.

Rotulam a tudo e todos que fujam às suas "verdades" como forma de deslegitimar aquilo e aqueles que não conhecem e nem compreendem. 

O "jornalismo profissional", como o conhecemos tradicionalmente caminha para o fim. Monopólios são quebrados, assim como interesses estabelecidos. O fim da narrativa comandada por um pequeno grupo chegou ao fim com as redes sociais. Hoje, há o acesso fácil e barato a diversas opiniões e informações. 

E a mídia recusa-se em aceitar mais uma vez a realidade.

Triste e preocupante...

A democracia exige um jornalismo independente a noticiar as verdades do mundo, mas há que aceitarem que esta profissão está longe de ser um sacerdócio. É apenas uma profissão cuja função é narrar e opinar sobre os acontecimentos da sociedade. A perda da credibilidade passa justamente pelo fato do jornalista hoje acreditar-se ser um sacerdote a transmitir suas verdades ao populacho que acredita ser ignaro. 

Quando se acredita ser o único a conhecer a verdade crendo que deva impô-la a todos, perde-se toda a razão, pois sempre a verdade se imporá desmascarando crenças e inverdades. No passado demorava-se um pouco mais, pois o acesso a informações era menor e mais difícil, mas ainda assim, os fatos se impunham. Hoje isto ocorre em tempo real, destruindo reputações e acabando com credibilidades.

Opiniões que não se sustentam em fatos só geram descrédito.

E mentiras não se tornam reais por mágica, nem mesmo com "ministérios da verdade" a "chancelá-las".

Ater-se aos fatos é a única chance.

Ou isso, ou...Game over!

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