O presidente da Ucrânia prevê 'guerra em larga escala', já que as negociações dos EUA com a Rússia não produzem nenhum avanço.

  O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy previu uma guerra de 'grande escala' com a Rússia se a potência tentar ocupar a cidade industrial de Kharkiv - que acredita ser um alvo, devido à sua grande população de língua russa.  

  O alerta  veio após o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, admitir que "não houve avanços" nas negociações com a Rússia, em mais uma tentativa de evitar uma invasão iminente da Ucrânia.   

Kharkiv, no leste da Ucrânia, é a segunda maior cidade da ex-república soviética, com uma população de cerca de 1,4 milhão, e Zelenskiy acredita que é um alvo "viável" para Putin.

Zelenski afirmou ao  Washington Post: “Eu direi realisticamente que se a Rússia decidir aumentar sua escalada, é claro que eles vão fazer isso nos territórios onde historicamente há pessoas que costumavam ter laços familiares com a Rússia."

  'Kharkiv, que está sob controle do governo da Ucrânia, pode ser ocupada. A Rússia precisa de um pretexto: dirão que estão protegendo a população de língua russa.'

As reuniões continuarão entre os EUA e a Rússia na próxima semana, com o primeiro alertando o último de que deve escolher entre o 'caminho da diplomacia' ou o 'caminho do conflito e condenação', à medida que cresce a ameaça de invasão com 100.000 soldados russos estacionados na fronteira ucraniana.

Blinken prometeu uma resposta por escrito às exigências de segurança russas e não descarta uma reunião presidencial, embora pareça rejeitar o pedido de Moscou de proibir a Ucrânia de ingressar na Otan após a discussão  de cerca de 90 minutos com o ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov em Genebra nesta sexta.

Ele insistiu que os EUA e a Europa "estão prontos para enfrentar a Rússia em qualquer caminho", e disse que agora cabe a Vladimir Putin provar que não pretende invadir a Ucrânia. 

Blinken descreveu as negociações de alto risco de hoje como 'francas' e não 'polêmicas', com Lavrov também expressando esperança de uma redução da temperatura entre os ex-inimigos da Guerra Fria, apesar de afirmar que a Otan está 'trabalhando contra' a Rússia e provocando 'histeria' . 

O secretário de Estado disse a repórteres: “Não esperávamos que nenhum grande avanço acontecesse hoje, mas acredito que agora estamos em um caminho claro em termos de entender as preocupações e as posições de cada um."

"Antecipamos que poderemos compartilhar com a Rússia nossas preocupações e ideias com mais detalhes por escrito na próxima semana e concordamos em mais discussões depois disso", acrescentou.

  Lavrov afirmou: “Antony Blinken concordou que precisamos ter um diálogo razoável e espero que as emoções diminuam.Não posso dizer se estamos ou não no caminho certo. Saberemos quando tivermos uma resposta." 

Disse também que outra reunião poderia ser realizada entre os dois, mas que era 'prematuro' começar a falar sobre outra cúpula entre os presidentes Joe Biden e Putin, que se reuniram em Genebra em junho passado.

Blinken, no entanto, não descartou novas conversas entre os presidentes depois que Biden alertou Putin duas vezes por telefone sobre as consequências de qualquer invasão à Ucrânia.

"Se concluirmos (e) os russos concluírem que a melhor maneira de resolver as coisas é por meio de uma nova conversa, certamente estamos preparados para fazer isso", disse Blinken.  

* Com informações do El País e Daily Mail.

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