A SEMANA NA HISTÓRIA – XVIII (16 a 22 de agosto)
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A SEMANA NA HISTÓRIA – XVIII (16 a 22 de agosto)

O dia 21 de agosto desse ano marcou os 168 anos do passamento de Maria Quitéria, a primeira mulher a integrar uma unidade militar brasileira. Combatente da Guerra de Independência do Brasil, conhecida pela alcunha de “mulher-soldado”, nasceu ...

natacam
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O dia 21 de agosto desse ano marcou os 168 anos do passamento de Maria Quitéria, a primeira mulher a integrar uma unidade militar brasileira. Combatente da Guerra de Independência do Brasil, conhecida pela alcunha de “mulher-soldado”, nasceu no interior da Bahia por volta de 1792, filha de um fazendeiro do sertão. Pouco se sabe sobre sua infância e juventude. Embora nunca tenha tido acesso a educação formal, desenvolveu, devido ao ambiente rural em que vivia, habilidades em montaria e artilharia.

O início do ano de 1822 foi marcado por uma série de agitações e movimentos que vieram a desaguar na Independência do Brasil. Ao contrário do que se pode pensar, esta não ocorreu mediante mero “acordo de gabinete”, e sim foi marcada por resistência e guerras em várias províncias, especialmente nas com maior concentração de tropas portuguesas – a Bahia foi uma delas. Enquanto Salvador se manteve fiel às Cortes de Lisboa, o Recôncavo Baiano apoiava a independência. Em junho, a Câmara de Cachoeira aclamou Dom Pedro I como defensor perpétuo do Brasil, criando-se em seguida batalhões de voluntários para a Guerra de Independência. Contra a vontade do pai, Maria Quitéria fugiu de casa para unir-se ao Batalhão dos Periquitos.

Como à época não havia mulheres nos batalhões, Maria Quitéria alistou-se disfarçada de homem. Com a ajuda da meio-irmã, cortou os cabelos, vestiu-se com as roupas de seu cunhado e usou o nome de José Medeiros. Demonstrou grande coragem e habilidade nos campos de batalha, tanto que, mesmo após ter sido descoberta em seu disfarce, o comandante recusou-se a expulsá-la, pois faria muita falta no batalhão. Uma de suas atuações mais destacadas da cadete se deu no combate da Pituba, em fevereiro de 1823, onde atacou uma trincheira rival, fez vários prisioneiros e os escoltou sozinha até o acampamento. Em julho do mesmo ano, os portugueses capitularam em Salvador.

Dias depois, Maria Quitéria foi recebida pelo Imperador no Rio Janeiro, do qual recebeu as honras de Alferes de Linha e a condecoração da Insígnia de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. De volta à Bahia, recebeu o perdão do pai, casou-se e teve uma filha. Estabeleceu-se em seguida em Salvador, onde faleceu no anonimato. Só voltou a ser reconhecida no ano do centenário de sua morte, quando foi determinada a presença de seu retrato em estabelecimentos militares. Em 1996, foi reconhecida como Patrona do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro e, em 2018, declarada Heroína da Pátria Brasileira.

Por hoje é isso! Até o próximo A Semana na História!