A SEMANA NA HISTÓRIA – XXIV (21 a 27 de novembro)

Desta vez, A Semana na História traz um exemplo do “bom que é dos outros”. No dia 24 de novembro, completar-se-ão 195 anos do nascimento do jornalista, escritor e crítico literário italiano Carlo Collodi, pseudônimo de Carlo Lorenzini. Nascido em Florença, estudou num seminário e obteve um diploma em teologia, passando a trabalhar como vendedor de livros após sua ordenação e, posteriormente, a escrever para jornais da Itália. Republicano, engajou-se no movimento pela unificação italiana e fundou o próprio jornal, fechado pela censura em 1848. Atuou como voluntário na Guerra de Independência entre 1848 e 1860.

Decepcionado com os rumos da unificação italiana, retornou às atividades jornalísticas, escrevendo nas horas vagas histórias e peças teatrais, via de regra comédias em tons satíricos e pedagógicos. Contribuiu com a tentativa de criação de novas bases para a língua italiana pós-unificação. Com o tempo, enveredou no gênero de fantasia infanto-juvenil, traduzindo contos de Charles Perrault, até que começou a publicar, a partir de 1881, em formato de folhetim de jornal, a Storia di um burattino.

É provável que você já tenha visto essa história, mas não a esteja reconhecendo. A partir do capítulo 16, ela recebeu o título que a consagrou: As Aventuras de Pinóquio, publicada em livro em 1883, com ilustrações de Enrico Mazzanti. Clássico da literatura universal, uma das principais obras literárias italianas, foi escrita com o objetivo de oferecer aos jovens uma literatura agradável e instrutiva, até hoje encantando crianças e adultos com a jornada de um boneco de madeira que tem de aprender duras lições, passar por provações e lidar com as consequências de seus erros para se tornar um menino de verdade. Além disso, Collodi ainda resumiu na obra o caráter italiano e abordou questões como a pobreza, a degradação das instituições e a importância da educação.

Traduzida para vários idiomas, ganhou diversas adaptações. No Brasil, Monteiro Lobato o inseriu no contexto do Sítio do Picapau Amarelo. No cinema, foram feitos vários filmes, em animação ou live-action, rendendo obras consagradas, como a feita por Walt Disney em 1940 – um marco na animação, premiado com o Oscar de Melhor Trilha Sonora e o de Melhor Canção Original – e algumas decepções, como a malfadada versão de Roberto Benigni – pela qual foi “premiado” com a Framboesa de Ouro de Pior Ator.

Por hoje é isso! Até o próximo A Semana na História!