A SEMANA NA HISTÓRIA – XXV (28 de novembro a 04 de dezembro)
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A SEMANA NA HISTÓRIA – XXV (28 de novembro a 04 de dezembro)

Seguindo o objetivo de “valorizar o que é nosso”, A Semana na História relembra os 97 anos, comemorados ontem, 28 de novembro, de uma das cientistas brasileiras mais respeitadas e premiadas internacionalmente. Mesmo que não seja devidamente c...

natacam
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Seguindo o objetivo de “valorizar o que é nosso”, A Semana na História relembra os 97 anos, comemorados ontem, 28 de novembro, de uma das cientistas brasileiras mais respeitadas e premiadas internacionalmente. Mesmo que não seja devidamente conhecida no Brasil (confesso que não a conhecia até bem pouco tempo atrás), seu trabalho foi fundamental para o incremento da produtividade da agricultura brasileira. Estamos falando da engenheira agrônoma Johanna Döbereiner.

Nascida em Aussig, na então Checoslováqia, numa área de língua alemã, mudou-se para a Alemanha após o fim da II Guerra, devido à intensa perseguição perpetrada contra a população germanófona checoslovaca – sua mãe faleceu em um campo de concentração em Praga. Na Alemanha teve seus primeiros contatos com a terra e a agricultura, trabalhando em fazendas para custear seus estudos em Agronomia. Lá conheceu o estudante de Veterinária Jürgen Döbereiner, com quem veio a se casar. O casal emigrou para o Brasil em 1950, naturalizando-se em 1956.

Johanna foi contratada pelo Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola, atual Embrapa Agrobiologia, onde aprendeu a rotina de laboratório e foi iniciada na pesquisa. Pioneira em muitos aspectos, batalhou para conquistar seu espaço e difundir suas ideias no meio. Num período onde a agricultura era baseada sobretudo em uso intensivo de adubos nitrogenados, seus estudos em fixação biológica de nitrogênio e sua aplicação em culturas tropicais trouxeram uma grande contribuição para o aumento da produtividade agrícola brasileira, com menor custo e maior economia de recursos. Prática esta adotada principalmente na soja e na cana-de-açúcar, o que viabilizou o Proálcool, um dos principais programas de biocombustíveis do mundo na década de 80. Década esta em que seu trabalho se consolida em definitivo, destacando-se em prêmios nacionais e internacionais.

Mantendo uma vida discreta, declarou certa vez que poderia escolher qualquer parte do mundo para viver, tendo recebido convites para trabalhar em outros países, mas que não trocaria o Brasil por outro lugar. Trabalhou ativamente até os últimos dias de vida, falecendo em 2000, deixando um importante legado.

Por hoje é isso! Até o próximo A Semana na História!