A SEMANA NA HISTÓRIA – XXVII (09 a 15 de janeiro)

Seguindo a ideia de “valorizar o que é nosso”, A Semana na História de hoje lembra o bicentenário de um dos acontecimentos chave no processo de independência do Brasil, cujos 200 anos foram completados dia 09 de janeiro. Antes de 1820, com a Corte ainda residente no Rio de Janeiro, não havia indicativos de separação entre Brasil e Portugal. A situação mudou com o advento da Revolução Liberal do Porto, que exigiu o retorno de Dom João VI à Europa e convocou a eleição das Cortes para redigir uma Constituição, bem como defendia o rebaixamento do status do Brasil de Reino Unido para colônia. Isso gerou divergências entre os interesses das cortes portuguesas e os das lideranças políticas brasileiras.

Temendo a perda do trono, D. João retornou a Portugal no ano seguinte, deixando no Brasil seu primogênito, Pedro de Alcântara, na condição de Príncipe Regente. O reforço do contingente de tropas portuguesas no Brasil e a transferência de repartições do Rio de Janeiro para Lisboa aumentaram as insatisfações das elites políticas brasileiras, distanciando-as de Portugal. A gota d’água foi a determinação, imposta pelas Cortes em dezembro de 1821, do retorno imediato do Príncipe Regente para Portugal, a fim de aprimorar os estudos.

Em princípio, D. Pedro sinalizou acatar a decisão, mas um movimento organizou um abaixo-assinado, que coletou assinaturas em SP, MG e RJ, com um apelo para que o príncipe desobedecesse às Cortes e permanecesse no Brasil. D. Pedro recebeu o documento e decidiu ficar no Brasil. O episódio ficou conhecido por “Dia do Fico”, marcado pela célebre frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. A atitude foi justificada como um passo para evitar a independência e a divisão do reino do Brasil. Entretanto, o devir dos acontecimentos conduziu a um desfecho diferente. Mas isso é outra história.

Por hoje é isso! Até o próximo A Semana na História!