A SEMANA NA HISTÓRIA – XXXIII (06 a 12 de março)

Seguindo com o propósito de “valorizar o que é nosso”, A Semana na História recorda que o dia 08 de março marca os 214 anos da chegada da Família Real portuguesa ao Rio de Janeiro. Por muito tempo, a transferência da Corte para a América Portuguesa foi vista de forma incompreendida, como um ato de covardia de um líder fraco que preferiu fugir a enfrentar as tropas de Napoleão. Atualmente, porém, muitas tendências historiográficas já veem o evento como um ato estratégico de um estadista que soube jogar com uma situação de guerra entre potências e tirar o melhor proveito possível disso.

Na época, Napoleão conquistou o controle de quase toda a Europa Ocidental, com exceção da Inglaterra. Incapaz de vencer os britânicos militarmente, o imperador francês impôs um bloqueio de comércio entre a Inglaterra e o continente. Portugal não acatou as ordens napoleônicas, mantendo o comércio com os ingleses. Inconformado com a brecha deixada por Portugal, Napoleão ordenou as tropas francesas invadirem Lisboa em novembro de 1807. Parecia que a única saída para o príncipe regente Dom João seria se entregar para os franceses. Será mesmo?

Poucos dias depois, o príncipe encontrou uma solução: transferir a Corte para a então colônia. Vieram para o Brasil várias autoridades do Reino, bem como o tesouro real, arquivos do governo e várias bibliotecas que serviram para formar a atual Biblioteca Nacional. A viagem, sob a escolta da marinha inglesa, foi atribulada, com direito até a um surto de piolhos. Em janeiro, a Corte fez uma pausa na Bahia, onde foi decretada a abertura dos portos às “nações amigas” (à época, a Inglaterra). No Rio de Janeiro, a Corte estabeleceu sua sede, permanecendo por treze anos. Tal ato fomentou uma série de mudanças na colônia que, anos depois, culminaram na Independência do Brasil.

Por hoje é isso! Até o próximo A Semana na História!