A SEMANA NA HISTÓRIA – XXXIV (13 a 19 de março)
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A SEMANA NA HISTÓRIA – XXXIV (13 a 19 de março)

Seguindo o propósito de “valorizar o que é nosso”, A Semana na História lembra, no dia 15 de março, os 122 anos do nascimento de um dos maiores pensadores e intérpretes da brasilidade, junto a nomes como Sérgio Buarque de Hollanda e Darcy Rib...

natacam
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Seguindo o propósito de “valorizar o que é nosso”, A Semana na História lembra, no dia 15 de março, os 122 anos do nascimento de um dos maiores pensadores e intérpretes da brasilidade, junto a nomes como Sérgio Buarque de Hollanda e Darcy Ribeiro: o polímata Gilberto Freyre. Sociólogo, poeta, antropólogo, político, jornalista, ensaísta, historiador, escritor e pintor, nasceu em Recife. Na infância, apresentou dificuldades para aprender a escrita, destacando-se pelos desenhos. Superado esse desafio, passou a demonstrar grande talento na literatura e nas ciências humanas. Estudou nos EUA, onde teve contato com aquele que se tornou sua referência intelectual, o antropólogo Franz Boas.

De volta ao Brasil, escreveu para jornais, divulgando autores ainda desconhecidos por aqui. Após a Revolução de 30, estabeleceu-se por um período em Lisboa, no qual também viajou pelo continente africano. Viagem fundamental para a redação da obra-prima do autor, Casa-Grande & Senzala, publicada em 1933. O ensaio, influenciado pela Antropologia Cultural de Boas, inovou na análise da formação da sociedade brasileira, dando início a uma trilogia que seguiu com Sobrados & Mucambos (1936) e Ordem & Progresso (1959).

Um dos primeiros autores a rechaçar as doutrinas racialistas vigentes no pensamento brasileiro nos anos 1930, Freyre foi uma figura marcada por paradoxos e controvérsias, refletidos em sua obra, marcada pela dialética entre permanências e mudanças. Conciliando uma abordagem universalista com temáticas regionais, defendia que a identidade brasileira é fruto de uma fusão entre elementos portugueses, ameríndios e africanos, gerando uma civilização tropical, equilibrada em antagonismos, que se misturava mantendo as diferenças. O autor chegou a desenvolver um ramo de pesquisa denominado lusotropicologia, voltado à criação e adaptação de ciência e tecnologia para a realidade tropical.

Por hoje é isso! Até o próximo A Semana na História!