Seguiremos com a leitura do livro “Filosofia verde”, de Roger Scruton:
Seguiremos com a leitura do livro “Filosofia verde”, de Roger Scruton: | ||
Se o salvacionismo e a precaução não levam em conta a motivação humana, o que leva as pessoas a proteger o meio ambiente? O que desperta o senso de responsabilidade? Roger Scruton propõe que os mercados, mesmo imperfeitos, são a forma que mais se fundamenta no princípio da responsabilidade. É comum pensar que os chamados “bens públicos” só podem ser garantidos se estiverem em posse do Estado. No entanto, isso não garante uma resposta apropriada para a resolução da tragédia dos comuns. | ||
Na verdade, para o autor, a solução real está nos direitos de propriedade, tanto individual quanto comunal, pelos quais cada envolvido tem interesse para preservar e usufruir de sua parte, ao mesmo tempo que não deve destruir tampouco usurpar a parte de propriedade alheia. Para isso, é fundamental a cooperação entre as partes – num mercado equilibrado, a competição depende da cooperação – com um sistema, administrado localmente, de resolução de conflitos e sanções contra abusos. Os indivíduos têm responsabilidade por suas apropriações, devendo ressarcir os custos de seus erros. | ||
O desafio é superar a tendência à externalização de custos, ou seja, o responsável repassar o custo de seu negócio para outrem, principalmente para as gerações futuras, algo corriqueiro no tocante a resíduos. É tentador pensar que regulamentações estatais são a melhor forma de bloquear tais práticas. Mas Scruton alerta que isso não é suficiente, pois decisões do tipo tendem a ser centralizadas, desagregando iniciativas cívicas de resolução de conflitos e correção de erros. Ademais, é comum setores que repassam altos custos ao ambiente serem beneficiários de subsídios estatais, estimulando a irresponsabilidade dos executivos de grandes negócios. | ||
Por hoje é isso! A leitura segue no próximo Hora da Leitura. | ||
REFERÊNCIA:SCRUTON, Roger. Filosofia verde: como pensar seriamente o planeta. Tradução de Maurício G. Righi. São Paulo: É Realizações, 2016. |