HORA DA LEITURA - FILOSOFIA VERDE (CONCLUSÃO)

Ao concluir a leitura de “Filosofia Verde”, de Roger Scruton, constata-se a importante contribuição da obra para a questão de como enfrentar nossos problemas ambientais, assunto tão em voga nos últimos tempos. O autor demonstra em sua argumentação que os modelos predominantes de tratar o tema, em geral baseados em agendas políticas elaboradas por burocratas vinculados a instituições transnacionais e na atuação de grandes ONGs, não são necessariamente os melhores. Mesmo para grandes problemas, é possível atuar de baixo para cima, com base em iniciativas cívicas de “pequenos pelotões” locais e nacionais, movidos pelo sentimento de oikophilia.

Ainda é recorrente tratar a proteção ambiental como um compromisso apenas entre os vivos e os que nascerão. Scruton lembra que deve ser inserido mais um elemento nesse pacto: nossos ancestrais já falecidos, pois é o amor a eles que possibilitara nosso amor às futuras gerações. Por conseguinte, a pauta ambiental não vingará se não incluir também a manutenção da “ecologia social”: lealdades, famílias, instituições, tradições, costumes, liberdade e responsabilidade.

Tratando mais especificamente do conservadorismo, o livro apresenta uma forma de como o pensamento conservador, ou mesmo os que veem a política como um arranjo para resolução de conflitos e conciliação de interesses, pode abordar a questão ambiental, assunto muitas vezes ignorado no meio. Considerando que a abordagem conservadora é eminentemente local, a leitura é um excelente ponto de partida para pensar o tema a partir de nossas particularidades locais, enfatizando o que queremos manter.

Por hoje é isso! Até o próximo Hora da Leitura, com uma nova leitura, feita junto com o Clube Bocó! Já adianto que a próxima leitura entrará a fundo na questão das duas visões políticas de mundo predominantes, tema tratado de relance em “Filosofia Verde”.