“Quero respirar o ar de um novo lar | E avistar outras colinas
“Quero respirar o ar de um novo lar | E avistar outras colinas | ||
Que conspirariam contra o que já vi | Das paisagens planas | ||
E a fronteira da poesia encontrar | Onde nasce cada rima | ||
Tendo como cama a grama e teto o céu | Esquecer minhas feridas | ||
E como memórias desta vida vou plantar | E as regar com recomeços | ||
Nem mil revelado conter | Adjetivos que os descrevam | ||
Fecho os olhos e encho o peito | Do ar de um monte | ||
Onde rico e pobre | Comerão da mesa do rei ”(Os Arrais - Montreal) | ||
Amo cada linha dessa música, a cadência, a melodia. Sempre penso na letra andando nas ruas com meu menino, essas são as melhores memórias desta vida que terei. Memórias construídas nos dias ordinários, sem grandes acontecimentos, momentos invisíveis e inesquecíveis. | ||
Momentos do tipo: o primeiro sorriso dele para mim, a primeira vez que ele disse mamãe, os primeiros passinhos, a primeira noite de febre, os primeiros dentinhos, quando montou o primeiro lego, encaixou tudo e sorriu feliz com a façanha de dar forma aqueles blocos coloridos. | ||
A vida ordinária: os sorrisos em volta da mesa com nossos familiares e amigos, as mil louças para lavar após o almoço, as histórias da adolescência, as festas de aniversário com bolo feito em casa e balão da vendinha da esquina; essas e muitas outras que você pode facilmente acessar agora sobre sua vida sem precisar da “internet”; são elas que marcam nossa existência. | ||
Somos cartas vivas que registram memórias. Plante boas memórias, regue-as com recomeços. Esqueça suas feridas. O verdadeiro valor desta vida está em tudo aquilo que não tem preço, em tudo aquilo que não se vê, pois, o que se vê é material, temporal e vai passar; sairá de moda na próxima estação, estar obsoleto com o próximo modelo lançado, seja seu carro ou seu celular. | ||
Como você registra memórias importantes em suas cartas? Qual valor dá a cada uma delas? A vida é uma carta e não um cartão de crédito. | ||
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