Uma carta para os nossos pedaços
1
0

Uma carta para os nossos pedaços

Pedro Falleiros Lopes Hellu
2 min
1
0

Será que um dia seremos inteiros novamente? 

 

Me encontra todas as madrugadas

Parece até não conseguir me deixar 

Até busquei na música minha fuga, mas... 

Silêncio

Você não para de me silenciar

Todavia volto a me perguntar

Se não te suporto

Seria eu surdo ou incapaz de me amar? 

Talvez cego, de tanto me olhar

Talvez mudo, de tanto pensar 

Agora

Jamais sem paladar

Até que o amargo da vida vem 
Ainda bem que vinha com cerveja

Sorte que nunca foi exigente a boca de um bom cliente de bar

Tão aberta que já não sabia

Se era o álcool ou o amor que iria deixar entrar

Já não importava

Com isso já não ia lutar 

A companhia era sempre boa

Pegue sua cerveja

Só cuidado para não deixar esquentar

Se o amor estiver por perto

Você pode se queimar

 

No decorrer da vida, é fácil beber a cerveja quente e viver um amor gelado 

Prefiro, como diria minha mãe

Depressa! 

Vá se trocar 

 

Me pergunto se nessa vida 

Ora coração arteiro

Te verei partido, porém inteiro

Fruto do remendo de quem não tem mais a mente como cativeiro

Destino de quem sente, demasiadamente, o passageiro

Eterno poeta, de talento falho igual isqueiro