Abandonei a mudança
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Abandonei a mudança

Se você me acompanha nos stories do instagram já deve ter notado uma movimentação acerca da minha mudança para o novo apartamento, ou melhor dizendo, para um novo ciclo da minha vida.

Vinícius Borges
4 min
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Hoje é dia periódico e o tema não poderia ser outro: mudança.

Se você me acompanha nos stories do instagram já deve ter notado uma movimentação acerca da minha mudança para o novo apartamento, ou melhor dizendo, para um novo ciclo da minha vida.

Eu e a Damaica passamos de namorados para um casal que atropelou a ordem natural das coisas e decidiu morar juntos para então, casar. A vontade de unir-se ao outro foi maior que a ordem burocrática do acordo de misturar os sobrenomes.

Antes de unirmos os nomes em um contrato, decidimos unir nossas escovas de dentes, nossas meias, nossos corpos, nossas almas e assim, com calma, assinaremos as folhas que tivermos que assinar, porque a maior assinatura já foi feita: o compromisso de ficarmos juntos, até o fim.

Mas não brilhe os olhos para essas linhas quase românticas. O que você está fazendo?! Já esqueceu que estamos falando do maior ato de rebeldia que um ser humano pode fazer? Já esqueceu que estamos falando de…

…Mudanças?

Vamos voltar ao foco! Na primeira noite que passamos aqui, no novo apartamento, lembro de termos uma conversa mais ou menos assim:

— Ainda não é a nossa casa, né? Falta algo…

— Sim… acordei de manhã toda perdida.

Sabe o que eu fiz depois dessa conversa, ?

Saquei todas minhas roupas do guarda roupa, coloquei-as dentro da minha mala, dei um beijo na testa da Damaica e disse o seguinte: para mim, deu. Vou embora.

E foi assim que eu resolvi o desconforto da minha mudança: voltando para minha casa antiga e fugindo dessa fase de adaptação que provavelmente levaria dias…

[...]

Convenhamos que você é inteligente o bastante para saber que eu não fiz isso, né? (Diz que sim, diz que sim, diz que sim…)

Mas e se a mudança não fosse de uma casa para outra e sim, de uma nova carreira, uma nova atitude ou um novo projeto?

Em uma casa nova eu não tenho escolhas, praticamente não tem como voltar atrás. Mas e se fosse uma live, um post, um projeto mais complexo ou o início na academia?

Aí eu teria carta branca para fazer o que a maioria das pessoas fazem, certo?

“Esperar a hora certa, porque afinal, não me sinto pronto. Estou desconfortável…”

Acho que estamos chegando à ideia do periódico:

Não existe conforto na fase inicial de qualquer mudança - e esperar isso é a receita para o                                                                                  fracasso.

A pior coisa que eu poderia fazer, era idealizar uma mudança perfeita, com um piquenique no meio da sala a meia luz, beijos, abraços, sorrisos e votos de amor.

Menos… BEM menos…

Na vida real, o cenário Hollywoodiano é trocado por:

“Onde tá o saleiro?”

“Amor, a pia está vazando água…”

“Tem um cheiro de gás lá na cozinha!”

Porque afinal, essa é a regra de toda mudança, seja ela de móveis, do corpo, de trabalho:

Primeiro, você prova o gosto amargo do desconforto e dos improvisos; depois, com as peças organizadas e maior previsibilidade, você se sente em casa para manter-se no                                                                     caminho e seguir em frente.

É assim com tudo. Pense no seu primeiro dia de academia, no seu primeiro encontro, na primeira vez que entrou dentro de um carro para dirigir, no primeiro dia de aula…

Viemos para este mundo afogando-nos em choro e lágrimas. Em que momento ficamos tão frágeis a ponto de não sabermos lidar com alguns dias de desconforto?

Agora eu peço que antes de qualquer mudança, você saiba respeitar o desconforto que a mesma traz.

Desconforto é o pedágio do sucesso.

Tenha uma boa semana.

Vinícius Borges.