Bem… na verdade, não teríamos periódico hoje por um simples motivo: 80% das coisas que me propus a fazer no domingo deram errado e eu havia decidido não escrever. Sim, firmei meus pés no chão igual uma mula e decidi não fazer mais coisa algum...
Bem… na verdade, não teríamos periódico hoje por um simples motivo: 80% das coisas que me propus a fazer no domingo deram errado e eu havia decidido não escrever. Sim, firmei meus pés no chão igual uma mula e decidi não fazer mais coisa alguma. |
Com os beiços lá no chão e um olhar desesperançoso, abri o instagram e lá estava uma caixinha (meu grande baú de ideias alimentado por vocês) que me animou. |
“Amo o periódico, parece que sentamos pra tomar breja. Proximidade sensacional.” |
Naquele exato momento, é como se esse sujeito semimorto que vos escreve, tivesse recebido do CÉU, uma luz de ânimo que descia lentamente em espiral, cobrindo todo meu corpo, do topo da cabeça até a planta dos pés. |
O morimbundo que estava quase cedendo à terrível tentação de lamentar, tornou-se quase um palestrante motivacional, cheio de energia e berros de masculinidade e prontidão. |
Foi assim, sobre toda essa MÍSTICA de uma única caixinha, que eu tomei uma decisão: vai ter periódico, sim! |
E o tema de hoje é: medo do crescimento. |
Você já se perguntou por que as pessoas, em geral, sentem medo de dar grandes passos? |
A resposta óbvia e preguiçosa, seria a nossa natureza. Afinal, o cérebro adotou para si uma regra absoluta de preservar energia em toda situação — já reparou que diversas invenções tecnológicas têm como base a preguiça, tornando as tarefas mais práticas? Depois você analisa com calma. |
Mas esse medo que nos cerca não se limita somente à nossa natureza. Ele está aí por causa de um mandamento; de uma regra universal que é válida no mundo inteiro. |
Aquele medo de tentar emagrecer, criar um novo projeto, começar a produzir conteúdo ou mudar-se para outro país, é apenas um serviçal de algo maior que você: a média. |
Steven Pressfield tem uma citação que eu gosto muito. Ela diz o seguinte: |
“Existe um acordo tácito e universal para permanecermos na média. |
Se alguém reage à mediocridade, é tomado como traidor.” |
Para facilitar a sua vida, “tácito” significa algo subentendido; nesse caso, um acordo que todos concordam, mesmo que não exista um documento oficial para comprová-lo. |
E é por base nesse acordo, que muitas das vezes, sentimentos medo. |
Não é medo do erro em si. Você sabe que a vida não acabará após um tropeço. É o medo de que as pessoas à nossa volta vejam que erramos e que nossa traição foi punida. |
Porque durante nossa jornada, elas sempres estarão ali, torcendo pelo nosso tropeço através de sussurros: |
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É esse o idioma que usam para te comunicar a seguinte verdade: |
“Você está nos traindo. Como você ousa esfregar na minha cara que eu também sou capaz de sair dessa situação, só não quero?” |
Quando você empreende, começa a cuidar de si ou apenas resolve dar um passo mais ousado, é como se você ferisse a honra da mediocridade imputada à natureza humana. É como se estivesse traindo um movimento que fez parte da sua vida por muito tempo. |
Tomar a pílula vermelha e sair da matrix, faz com que você quebre esse acordo tácito e seja visto como traidor. |
E é disso que você tem medo. É isso que assombra: errar e ter que voltar, com o rabinho entre as pernas, para uma vida comum. |
“O que eles vão pensar de mim se eu não conseguir emagrecer?” |
“E se o meu lançamento não tiver nenhuma venda, o que eu vou falar?” |
"E se eu postar e ninguém curtir ou comentar?" |
Mas agora imagine, ... imagine só por um segundo, que as coisas sejam um pouco diferentes… |
Imagine que, essa média, por mais que seja composta da gritante maioria das pessoas, ainda assim, é um número muito pequeno presente em sua vida, e que na verdade, pouquíssimas pessoas ligam para o seu fracasso, você que imagina atrair tantos olhares assim… |
Imagine também que, os seus erros, não são nada mais, nada menos, do que o caminho sendo trilhado. Só hoje, eu cometi umas 8 falhas aqui nos meus bastidores — essas foram as que eu contei; e que esses erros, não são o fim, mas o meio, o meio que levará você ao seu sonho. |
Seguindo sua imaginação, pense que trair esse acordo tácito, é muitas vezes, trair a você mesmo, aos seus desejos mais preguiçosos e a sua vaidade incontrolável que te faz ousar pensar em… não errar. |
Traia o grito da mediocridade à sua volta, mas também traia o sussurro da sua vaidade que te convida diariamente a priorizar a opinião alheia no lugar dos próprios sonhos. |
Levante-se, realize um motim e estraçalhe essa natureza mesquinha que possuímos. Erga a espada do trabalho, calce seus pés com a verdade, olhe para frente e não pare. Com bravura, não pare. Você só precisa colecionar algumas vitórias para desenvolver uma carcaça contra qualquer burburinho; e acredite, essas vitórias só virão em movimento. |
Que a sorte nos encontre trabalhando. |
Você tinha medo do quê, afinal? |
Um forte abraço, |
Vinícius Borges. |