Quem é o seu contrapeso?
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Quem é o seu contrapeso?

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Vinícius Borges
3 min
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Segunda-feira é dia do que mesmo? Hein? Hein?!

Dia de começar uma dieta? De voltar para os aparelhos suados da academia? De aprender um novo idioma?

Não. Não é isso. Você sabe muito bem que dia é hoje…

Hoje é dia do tão querido periódico! Bora ficar à vontade para ler um pouquinho? Ajeite-se na cadeira, tome um gole de café e vamos lá!

Nessa segunda, vamos papear sobre um tema curioso: falaremos sobre um tal de contrapeso — não, esse não é um texto para engenheiros.

Contrapeso, segundo meu grande amigo Wikipedia da Silva, é um peso equivalente que equilibra a carga. Ele é o peso colocado atrás de um guindaste para impedi-lo de cair para frente, por exemplo.

Se o guindaste estivesse sozinho, sem contrapeso, ele desmoronaria. Sucumbiria igual à carreira de qualquer eliminado na primeira rodada do BBB. Despencaria estrondosamente igual meu tombo na esteira da academia. Caótico, catastrófico, humilhante.

Caótico, catastrófico, humilhante…

Esse é o fim de determinadas massas — fisicamente falando — quando, sem terem um contrapeso, são encurraladas pela fiscalização da gravidade. Olhando por outro ângulo, esse também é o fim de tudo que está excessivamente solto, sem a presença de algo ou alguém que limite um pouco as coisas.

Desde que juntei as escovas e passei a morar com a Damaica, pude perceber atentamente o funcionamento dos meus contrapesos.

Meu contrapeso é a pessoa que equilibra minha carga; que consegue ser colírio e luz baixa nos dias em que meus olhos foram espancados pela exposição contínua à tela do computador no trabalho.

Meu contrapeso é a lista de valores que chegou até mim; são pequenas âncoras jogadas ao longo do caminho para que eu não avance de forma despretensiosa no mar da ganância.

Meu contrapeso é o círculo ao meu redor que eu mesmo desenhei, a fim de limitar até onde minha fúria pode ir e qual é o limite para meu descontentamento.

Contrapeso é limite. Limite é proteger da ruína — e ruína não é um mero tropeço.

Ruína é o fim em si mesmo. É o abismo que espera sua alma quando você já negociou seus valores e sua moral; é o amontoado de resquícios deixados pela suposta liberdade que sempre lhe manteve acorrentado ao seu egoísmo.

Contrapesos nos protegem e nos guiam. São âncoras, bandeiras, sinais de luz, fotos e abraços.

Há contrapesos e contrapesos. Para mim, o mais belo é aquele que você escolhe ciente das imperfeições: aquele que você observa, testa e mesmo apresentando algumas falhas, ainda assim escolhe para si.

Contrapesos são parte de nós.

Não se revolte contra seus contrapesos. Não puna-os por não funcionarem sempre que você precisar. Há grandes chances deles serem o único barbante que impede você de cair em um penhasco.

Quem é o seu contrapeso?

Um abraço,

Vinícius Borges.