O acesso cada vez mais distante: falta de responsabilidade e de senso de urgência
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O acesso cada vez mais distante: falta de responsabilidade e de senso de urgência

O empate do Vasco -  com sabor de derrota -  na partida da última quinta-feira diante do CRB reforça um problema antigo de falta de responsabilidade por parte de alguns jogadores. Com a vitória praticamente garantida, o Cruz-maltino precisava...

João Pedro Farah
3 min
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(Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)
(Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

O empate do Vasco -  com sabor de derrota -  na partida da última quinta-feira diante do CRB reforça um problema antigo de falta de responsabilidade por parte de alguns jogadores. Com a vitória praticamente garantida, o Cruz-maltino precisava apenas suportar os seis minutos de acréscimos restantes e levar os três pontos de volta ao Rio de Janeiro. No entanto, a irresponsabilidade voltou a superar o senso de realidade.

Sozinho e de costas, o volante Bruno Gomes se atirou no chão e, corretamente, o árbitro Luiz Flávio de Oliveira deixou seguir. Na sequência do lance, a equipe alagoana fez uma troca de passes precisos e chegou ao gol de empate. Não é certo colocar um culpado apenas, porém, o mesmo jogador já prejudicou o Vasco, na mesma competição, sendo expulso contra Cruzeiro e Goiás. Em ambas as ocasiões, no primeiro tempo.

Na mesma partida de ontem, outro jovem atleta, o atacante Gabriel Pec, desperdiçou uma chance clara de gol. Os vascaínos com quem conversava durante a partida me afirmaram: "Esse erro vai nos custar muito caro". E eles estavam certo. Mais uma vez a falta do senso de urgência, da necessidade de se resolver a partida, custaram caro ao Gigante da Colina.

  • FESTA EM PLENA PANDEMIA

Em plena pandemia de Covid-19, jogadores como Michel e os jovens da base MT e Juninho, foram vistos em festas com centenas de pessoas. O primeiro foi flagrado na Penha, bairro da Zona Norte do Rio. Além de ser um dos atletas mais experientes do elenco - e que deveria ser um exemplo para os demais - Michel havia sido contratado para ser uma espécie de mentor dos volantes. 

No caso dos atletas da base, volta a questão da falta de noção da realidade. Os jovens MT e Juninho têm potencial para vingar no elenco profissional. Matheus Nunes, inclusive, teve bom desempenho quando acionado para a equipe titular. No entanto, a realidade esportiva do clube durante a Série B exige, ainda mais, que os atletas sejam comprometidos com o ideal de acesso à elite do futebol brasileiro. 

  • O RETORNO DE NENE E O ESPELHO AOS MAIS NOVOS

No empate da última quinta-feira por 1 a 1 contra o CRB, o meia Nene, de 40 anos, atuou por 70 minutos. A qualidade técnica ficou evidenciada com os passes primorosos, a maneira de ditar o ritmo dos atletas e pela liderança dentro de campo. Pela segunda vez no Vasco da Gama, a diretoria acertou em trazer o atleta experiente para ser uma espécie de mentor dos mais novos.

No jogo de ontem, o meia não parava de orientar os demais atletas durante um minuto sequer. Nene gesticulava, conversava e indicava o posicionamento em meio à partida. Sob tutela do técnico Fernando Diniz, o atleta pode servir como espelho para os mais novos que, por muitas vezes, perdem o senso de responsabilidade e da realidade em que estão inseridos.