Tudo começou para mim na infância. Logo cedo, meu primo mais velho (Robert) demonstrou ter um talento para ilustração e composição de projeto gráfico. Aquilo me fez pensar que de fato minha vocação seria seguir na carreira criativa, já que ac...
Tudo começou para mim na infância. Logo cedo, meu primo mais velho (Robert) demonstrou ter um talento para ilustração e composição de projeto gráfico. Aquilo me fez pensar que de fato minha vocação seria seguir na carreira criativa, já que achava fantástico o que ele fazia e como ensinava bem cada tipo de técnica. Dali pra frente, o momento mais emblemático foi perceber o quão caótica é nossa mente e como é difícil organizar as ideias de forma lógica e aplicá-las. | ||
Com o passar dos anos isso foi se perdendo, tanto a criação quanto a prática. Comecei a trabalhar ainda no ensino médio numa empresa de reformas, e só conseguia dedicar meu tempo aos estudos e ao emprego. O primeiro passo após sair da escola foi mudar de carreira, tentando me encaixar no trilho da criação, independente de qual área e qual forma. Foi aí que apareceu uma amiga da minha mãe que estava montando um time de criação dentro do Consórcio Linha 6, do metrô de São Paulo, e precisava de um ajudante de produção gráfica. Eu topei, mesmo não fazendo ideia do que era aquilo. Dali pra frente, precisava voltar na infância e lidar com o caos em minha mente, saber organizar tudo de novo e ainda sob pressão de ter que desempenhar isso bem no trabalho, aprendendo o mais rápido possível. | ||
O segundo passo na minha vida foi a empresa quebrar kkkkkkk. Após isso, minha líder na época me indicou para uma agência de publicidade, já que todo mundo ficaria sem ter onde trabalhar a partir dali. Desde a agência True, tudo mudou. O ambiente é caótico e a experiência é necessária. O design, como dito, é uma coisa caótica e necessita ser experimental. Muitos cursos nos dão diretrizes de como tecnicamente devemos operar certa ferramenta, e na real o senso crítico é o que conta, assim como ter referências históricas e ao longo do tempo passar essa cultura, não só para os clientes mas para a próxima geração de criativos. | ||
Um livro que sintetiza muito bem esse pensamento é o "Roube como um Artista", o qual nos diz que perdemos o contato com o mundo real, e não sabemos de nada a não ser o que se passa na tela de nossos celulares e computadores. Nos afastamos da humanidade, e isso gera uma pobreza criativa, pois nossos olhares ficam restritos àquilo, e nos faz perder o tato para as coisas. Muita gente não sabe as possibilidades de textura dos papéis, por exemplo, sendo que isso qualifica muito o resultado de um projeto. Saber os anseios de um povo, cultura e sacar qual experiência que aquela pessoa quer é fundamental. | ||
Por fim, saber onde está e para onde quer ir é essencial. Além disso, conhecer o seu lugar no mundo e ter contato com sua cultura é muito importante, então desenvolva seu senso crítico, leia bastante, visite museus, centros históricos da sua cidade, aprenda a organizar o caos em sua cabeça e depois passe isso pro papel ou pro software. O que importa é o processo e não o resultado, que é apenas uma consequência de toda essa maluquice criativa. Abraços! | ||
Victor Mendes - Instagram: @vhenrique1_ |