Design Gráfico: a profissão mais desvalorizada no Brasil!
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Design Gráfico: a profissão mais desvalorizada no Brasil!

A afirmação do título parece chocante à primeira vista, mas vou contar um pouco o quanto faz sentido, baseado na minha experiência como designer. Irei pontuar os três problemas mais comuns para que cada vez mais o Design Gráfico entre em desc...

Victor Mendes
2 min
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A afirmação do título parece chocante à primeira vista, mas vou contar um pouco o quanto faz sentido, baseado na minha experiência como designer. Irei pontuar os três problemas mais comuns para que cada vez mais o Design Gráfico entre em descrédito no Brasil. Lembrando que isso é um relato pessoal.

https://elements.envato.com/pt-br/exhausted-graphic-designer-in-office-3WDXARF
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O primeiro problema é o designer não saber de fato suas competências. Muitas vezes não conhecemos o que realmente é nossa profissão. Na faculdade eu me deparei com algo que diferia muito do que eu achava, de que aprenderia a dominar as ferramentas e viraria o mago do Photoshop, mas a realidade me bateu duramente. Esse pensamento provavelmente passou também pela sua cabeça! Achamos que só o software é suficiente quando na verdade o que importa é: senso crítico, criatividade e referências históricas. Saber o nosso lugar no mundo é fundamental, passar conhecimento criativo e soluções que seu cliente precisa é a chave e muitas vezes uma estética bem feita não serve se não for funcional.

O segundo ponto é uma consequência do primeiro. Não levar o que o cliente precisa e não saber o seu lugar na profissão muda a percepção do que pensam sobre nós.

Quando peguei meu primeiro freelancer, sem me dar conta eu caí nessa e fiquei fascinado em poder criar um cartão de visitas sabendo que teria um retorno mínimo financeiro. Lembro que na época foi pedido que eu copiasse um logotipo para adicionar ao material e colocasse as informações. Naquele momento, eu só pensava em mostrar minha competência em fazer gambiarras e ganhar uma grana kkkkkkk. Hoje, percebi que nossa profissão é assim: dominar as ferramentas não nos torna inovadores de fato. Isso porque  muitos acham que nosso trabalho é apenas replicar, logo sendo substituível. O cliente sabe que, ao invés de pedir cópias de conteúdo e gastar dinheiro, ele pode investir tempo, aprender a manusear as ferramentas e fazer tudo sozinho.

Por fim, o terceiro é o mais complicado, pois esta decisão envolve amor, estudo e muito trabalho. Nesse passo devemos buscar nossas essências e saber o que no Design nos move e o que de fato nos apaixona. Trilhar um único caminho na área nos torna especialistas e conhecer de tudo um pouco faz parte do processo, mas devemos saber para onde ir. Os clientes clamam por isso, e o designer que consegue ter embasamento, conceito e entender o que ele está falando, faz com que suas propostas sejam cada vez mais altas, o que torna esse caminho mais árduo. Lembro quando quis me especializar em criação de identidades visuais e tive que recusar diversos projetos pequenos e orçamentos baixos. Por mais que neste primeiro momento eu perca dinheiro, o meu retorno só vem a longo prazo, então ter paciência é fundamental. Lembre-se, fazer de graça é melhor do que cobrar pouco, pois a partir do momento que você cobra pouco, automaticamente desvaloriza toda sua história, estudo, amor e dedicação. Espero ter ajudado, abraços!

Victor Mendes - Instagram: @vhenrique1_