A estatal de alimentos da Argentina é o começo do socialismo
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A estatal de alimentos da Argentina é o começo do socialismo

Parece que a américa do sul vai ter o seu segundo país socialista, a Argentina. 

Lucas e Hugo
7 min
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Parece que a américa do sul vai ter o seu segundo país socialista, a Argentina.


A Argentina vem sofrendo com altas nos preços dos alimentos desde o início da pandemia, o presidente Alberto Fernández tentou medidas de controle de preços, porém mesmo assim a distribuição de alimentos na Argentina não voltou ao normal, pelo contrário, a inflação continua subindo. A Argentina atualmente tem a segunda maior inflação da América Latina atrás apenas da Venezuela, que diga-se de passagem é um país comandado por um governo socialista e pelo que está acontecendo não apenas a Venezuela está sendo comandada por um socialista, Argentina demonstra que também tem um governo socialista.

Não há projeto que mais evidencie que o país está indo para o caminho socialista que a ideia "genial" do governo argentino de criar uma estatal de alimentos.

O problema da inflação que aumenta os preços dos alimentos é do governo e sempre será, porque a inflação sempre é causada por aumento na emissão de moeda. O governo argentino não para de imprimir dinheiro. O pior é que o presidente Alberto Fernandes vem culpando os empresários pela alta da inflação, chamando os empresários de "patifes". O que é uma grande hipocrisia, pois os empresários também sofrem com a inflação; eles aumentam os preços, porque, caso contrário, teriam prejuízo e obviamente ninguém trabalha para ter prejuízo.

Colocar a culpa neles é injusto e é pior ainda quando os acusadores é que são os verdadeiros culpados pela inflação. O verdadeiro patife é o governo com suas políticas monetárias inflacionistas.

O controle de preços pode até disfarçar a inflação no curto prazo, porém essa medida têm consequências terríveis para a economia que agravam mais ainda a crise que a Argentina vem passando.

Uma consequência não premeditada do controle de preços é o desabastecimento, o que vem ocorrendo na Argentina diga-se de passagem, aqueles vendedores que vendiam com os custos mais elevados passam a ter prejuízo, pois o valor estipulado pelo governo é inferior aos custos, logo a venda gera prejuízo para esses vendedores e como ninguém trabalha para ter prejuízo, eles saem do mercado ou vendem mais caro no mercado negro.

Uma segunda consequência do controle de preços é que os preços mais altos induziriam os consumidores a economizarem esses produtos. Só que com controle de preços, os consumidores não têm o incentivo a economizar, dessa forma pessoas que teriam uma necessidade maior podem não conseguir alimentos pois pessoas que não tinham tanta necessidade consomem o alimento antes dela, porque o preço está artificialmente baixo. O controle de preços gera preços artificiais.

E uma terceira consequência é que o controle de preços desincentiva a entrada de novos produtores, pois novos produtores poderiam aproveitar a oportunidade de preços altos para venderem buscando lucro e por isso com o aumento da oferta, normalmente os preços cairiam, porém com controle de preços não haverá novos produtores no mercado.

Por isso que, controle de preços, ao contrário do que pensa o senso comum, leva à falta do produto que está tendo o preço controlado, ou seja, ao invés de dar maior acesso de alimentos ao povo o controle de preços limita o acesso, leva ao desabastecimento.

O fato de Alberto Fernandes ter a ideia de criar uma estatal de alimentos só prova que ele ainda quer manipular a economia e não aprendeu que controle de preços não funciona e nunca vai funcionar. Ludwig Von Mises demonstrou no seu livro “As Seis lições" que a consequência direta do controle de preços é mais controle de preços. Por exemplo, quando se controla o preço do leite o vendedor no supermercado diz que não consegue abaixar o preço por causa do fornecedor, então o Estado pede para o fornecedor de leite abaixar seu preço, mas eles dizem: " nós não podemos porque os custos são muito altos ", então os políticos estudam toda a cadeia produtiva do leite e decidem intervir, por exemplo, na ração, assim os políticos pensam: "diminuindo preço da ração os produtores de leite poderão alimentar o gado a preços mais baixos, assim o preço do leite se reduzirá no mercado".

Porém, não é isso que acontece pois o mesmo problema do controle de preços acontece com a ração, em outras palavras, os produtores de ração param de vender, porque passam a ter prejuízo. E os políticos se sentem novamente tentados a intervir mais ainda na economia.

Assim eles pedem explicações aos produtores de ração e como não querem abrir mão da ideia de controle de preços intervém nos recursos necessários à produção de ração e os mesmos problemas voltam acontecer. Nesse caso, o estado já intervém em boa parte da economia, ele passa a intervir no ovo que faz parte do ingrediente da ração, aí o ovo passa a sumir do mercado porque o produtor também passa a ter prejuízo. Então os problemas acabam acontecendo em toda a cadeia produtiva na economia.

E isso acontece em todas as vezes que o governo não abandona a ideia de controle de preços, ele acaba estatizando toda a economia, ou seja, controle de preços é perigoso porque gera escassez, mas também porque leva a mais intervenção do Governo na economia, no caso extremo, leva a estatização da economia, em outras palavras, leva ao socialismo.

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E como vemos o governo argentino vem seguindo praticamente os mesmos passos que Mises descreveu brilhantemente. Tudo começa com um simples controle de preço, mas termina com uma estatização da economia. Então não é por acaso que o governo teve a ideia estúpida de criar uma estatal, isso é consequência direta de um governo que insiste em intervenções.

Por enquanto, o governo argentino não explicou exatamente como a estatal vai funcionar, pelo que eles deram a entender é que essa estatal comprará verduras e hortaliças plantadas por pequenos e médios produtores e assim esses alimentos chegariam aos consumidores de forma econômica e barata.

O exemplo que temos de uma estatização da economia foi a União Soviética e o povo que vivia sob esse regime sofreu com a fome, justamente porque dentro de uma economia planejada não há como ter cálculo econômico. Isso significa que mesmo que os alimentos sejam produzidos eles não são distribuídos para quem mais precisa, o que leva ao desperdício e a má distribuição e por consequência a fome.

E pior, em uma estatização da economia as pessoas trabalham e não tem lucros, o quê desmotiva o trabalho, por isso que no socialismo as pessoas eram forçadas a trabalhar.

E, pasmem! Algumas empresas argentinas estão sendo forçadas a vender seus produtos com prejuízo para que não haja desabastecimento. A semelhança entre a Argentina atual e o socialismo é assustador. A Argentina está caminhando para o socialismo. Como Hayek diria, estão seguindo o caminho da servidão.

A solução para a Argentina é bastante complexa e não pode ser resumida em poucas palavras, entretanto o fato é que a solução passa pelo fim do controle de preços, pelo fim da impressão de dinheiro e por menos intervenção do governo na economia.

O mais irônico de tudo é saber que todas as lições que Mises ensina em seu livro "As Seis Lições " foram dadas em uma palestra na Argentina que posteriormente viraria esse livro incrível. Parece que é um país que teve o conhecimento de tudo aquilo que leva à prosperidade, prefere seguir o caminho da ignorância que inevitavelmente leva ao caminho sombrio do socialismo.