Homeschooling, o caminho da educação livre
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Homeschooling, o caminho da educação livre

O projeto de lei sobre educação domiciliar, o chamado homeschooling, foi aprovado pela câmara dos deputados, agora ele está no Senado Federal. Para virar lei precisa da sanção do Presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro já declarou que é a favor ...

Lucas e Hugo
10 min
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O projeto de lei sobre educação domiciliar, o chamado homeschooling, foi aprovado pela câmara dos deputados, agora ele está no Senado Federal. Para virar lei precisa da sanção do Presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro já declarou que é a favor do homeschooling, o que indica que se o projeto chegar ao Presidente, o Brasil terá a melhor legislação sobre educação em toda sua história.O

O Homeschooling é uma ótima alternativa para o Brasil
O Homeschooling é uma ótima alternativa para o Brasil

O projeto de lei está muito longe de ser perfeito, alguns pontos são ruins e não são pontos que, de fato, podem ser chamados de educação livre, principalmente livre do controle do estado.

Ainda há a imposição de um currículo obrigatório a ser seguido pelos pais dos alunos, além de que as crianças e adolescentes devem estar matriculados em uma escola regular. O que na prática limita a educação livre. Ainda não é o homeschooling ideal onde cada família ou associações de famílias decidem o que vão ensinar para as crianças e adolescentes.

Com a possibilidade do homeschooling, os pais, aqueles que mais se preocupam com a educação das crianças terão mais controle sobre ela. Eles podem decidir o que eles não acham bom que seus filhos estudem, eles podem pensar em uma educação que seja mais valiosa para seu filho, evitando assuntos que eles consideram inúteis, ao ver que seu filho tem pouca aptidão e valorizar matérias que os filhos sejam tenham mais aptidões.

Os pais são os mais preocupados com o amadurecimento dos filhos e são eles e não estado que mais querem que seus filhos sejam bem sucedidos.

O educação livre, que é o principal ponto do homeschooling, é muito mais adequada para a criança do que o sistema convencional, pois o sistema atual feito de forma centralizada pelo ministério da educação é completamente inadequado para o ensino da criança, é mais uma vez o estado decidindo de forma egoísta qual é a melhor maneira das crianças serem educadas. Entretanto, será que, realmente, um currículo universal para a educação de todas as crianças funciona? Isso significa que por volta de 40 milhões de crianças e adolescentes irão aprender exatamente as mesmas coisas!

Esse sistema suprime qualquer inclinação espontânea delas. Peter Grey, psicólogo americano e autor do livro, Livre para Aprender, critica o sistema educacional atual:

"Criamos um arranjo educacional no qual as crianças devem suprimir seus instintos naturais — os quais as estimulam a estar no controle do próprio aprendizado — para, em vez disso, simplesmente seguirem automaticamente métodos e caminhos criados para elas por adultos, e os quais não levam a lugar nenhum." Peter Grey

Outro grande crítico do sistema educacional atual foi Ken Robinson, o TED dele intitulado ‘as escolas matam a criatividade?’ é um dos mais assistidos com 66 milhões de visualizações. Ele argumenta que a escola mata a criatividade ao impor um currículo com muita ênfase no ensino de disciplinas como matemática e leitura, esquecendo que os alunos têm suas próprias inclinações e que existem outras habilidades além das intelectuais, mas as escolas só desenvolvem o intelecto dos alunos, deixando de lado habilidades que envolvam o uso do corpo inteiro, como artes, esportes e dança. Elas são esquecidas pela maioria das escolas convencionais. Os alunos que não se adequam ao sistema de educação convencional acham que são incapazes, porém isso é uma grande ilusão criada por um sistema que avalia as crianças e adolescentes somente por um aspecto, o intelectual.

“Todo o sistema de educação pública ao redor do mundo é uma extensão do processo de ingresso à universidade. A consequência disso é que muitas pessoas altamente talentosas, brilhantes e criativas, pensam que não o são, porque aquilo no qual eram boas na escola não era valorizado, ou era até estigmatizado. “

Ken Robinson

O projeto de lei que permite o homescholing no Brasil, ainda não é o projeto que permite uma educação livre, entretanto é muito melhor um projeto que permite uma educação domiciliar fora da escola do que o sistema atual.

As crianças ainda serão obrigadas a estudar coisas que não são importantes para elas, mas este projeto é um avanço em direção a uma educação livre.

Além do problema das escola não serem um lugar que desenvolve a criatividade dos alunos, existe também o grande problema das escolas serem usadas para levarem as crianças a um pensamento que defende a ideologia do estado, isso não quer dizer necessariamente que as escolas condicionam as crianças para a esquerda, isso realmente acontece no Brasil, entretanto, isso é uma consequência de qualquer estado que decide qual é o currículo da educação. Na verdade, a origem das escolas foi por esse motivo.

A origem do sistema educacional atual em quase todos os países do mundo pode ser rastreada até o século XVIII, na Prússia, um dos inúmeros pequenos estados que viriam a se unificar sob a atual Alemanha.

Um dos objetivos do método prussiano era a formação de uma sociedade altamente "educada", que nada mais era do que um sistema pedagógico em que o individualismo daria espaço à uniformidade e à padronização. A espontaneidade deveria ser substituída pela obediência. Tudo isso era supervisionado por uma seleta casta de intelectuais com o aval do monarca.

O intuito da escola não era educar os alunos pensando que isso seria bom para a vida das crianças, e sim, por que isso seria bom para o estado.

Por isso que não é por acaso que existe doutrinação nas escolas.

O foco nunca foi a educação dos alunos. Se foco fosse esse eles buscariam educar os alunos de acordo com suas aptidões e individualidades. O sistema educacional atual é basicamente o mesmo desde que surgiu no século XVIII, ou seja, ele parou no tempo!

“Se pudéssemos transportar um cirurgião do século 19 para um hospital de hoje, ele não teria ideia do que fazer. O mesmo vale para um operador da bolsa ou até para um piloto de avião do século passado. Não saberiam que botão apertar. Mas se o indivíduo transportado fosse um professor, encontraria na sala de aula deste século a mesma lousa, os mesmos alunos enfileirados. Saberia exatamente o que fazer. A escola parece impermeável às décadas de revolução científica e tecnológica que provocaram grandes mudanças em nosso dia a dia. Ficou parada no tempo, preparando os alunos para um mundo que não existe mais.” Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna.

A educação precisa de uma mudança radical, o homeschooling é um caminho muito melhor que seguir o currículo estatal ,pois o homeschooling é o caminho da educação livre, O sistema atual é defasado e injusto. Muitas crianças acabam tendo os seus talentos desperdiçados.

Entretanto, apesar de todos os argumentos mostrando a ineficiência do sistema educacional atual, ainda há pessoas que têm argumentos contra o homeschooling.

Um argumento muito comum é que os pais não têm capacidade para educar os próprios filhos.

Afinal, de acordo com o senso comum, em conjunto com toda a propaganda ao redor do tema, a dádiva da educação não pode ser encontrada em reles mortais, pois ela é um monopólio que só pode ser obtido pelos iluminados que optaram por encarar longos e tortuosos anos de faculdade — e, às vezes, seguidos de pós-graduação.

Caso você não seja um seleto membro deste grupo, não há escolha a não ser se conformar com o fato de que seus filhos estarão sendo mais bem formados em uma escola.

No entanto, o grande fator que determina se um pai tem ou não capacidade de educar seus filhos, não é nada tão exigente quanto ser formado ou pós-graduado. Os pais apenas devem saber ler e escrever e ter vontade de aprender.

Vou ainda mais longe: se é esse o seu caso, o homeschooling não apenas é possível, como também é muito superior à educação pública.

Explico: ao passo que pesquisas apontam que as turmas deveriam ser menores do que 20 alunos, a realidade brasileira são turmas de mais de 30 alunos. E não é incomum vermos salas de aula com mais de 40 alunos. O professor, ainda que fosse magnanimamente bem intencionado, é incapaz de manter o controle e dar a atenção necessária a cada criança. Além disso, a rígida estrutura cronológica da escola, em que as aulas têm uma duração predeterminada, não se adapta às necessidades de cada aluno. Alunos mais lentos — ou menos — tendem a ficar desencorajados ou entediados. Não há espaço na escola para um aluno que queira se aprofundar em um determinado assunto além daquilo que o professor está disposto a lecionar ou do que é previsto pelo programa pedagógico, criado por profissionais ou por burocratas que não têm nenhuma ciência das necessidades e particularidades de cada criança.

Por outro lado, o homeschooling permite um altíssimo grau de flexibilidade na educação das crianças, indo desde a escolha do método, de materiais e de currículos a até mesmo os horários e as atividades. Tão importante quanto esse aspecto é o fato de que, ao contrário da interação um tanto impessoal entre o professor e o aluno, ninguém tem maior interesse e incentivo em fazer com que seus filhos sejam bem sucedidos quanto os pais.

Essa conjunção de liberdade pedagógica e vínculo afetivo é algo que não pode ser reproduzido no ambiente escolar.

Se o pai interessado em homeschooling sabe ler e escrever, então ele provavelmente tem acesso a algum material didático que cobre esses tópicos (esse tipo de material pode ser facilmente encontrado na internet), assim como os temas mais simples e fundamentais, como aritmética, que costumam ser de fácil entendimento e para os quais há uma grande variedade de opções.

Ninguém espera (e nem deveria esperar) que os pais que praticam homeschooling sejam especialistas em todas as áreas do conhecimento, o que nos leva a outro ponto em que o homeschooling supera a educação "convencional": no homeschooling, o foco está em aprender a estudar e a formar autodidatas, contrariamente ao modelo de aprendizado passivo em que a criança se senta em uma sala de aula e espera que o professor transfira, por osmose, seu conhecimento.

Assim, quando as crianças atingem uma idade em que começam a se interessar por assuntos e abordagens mais sofisticados, elas normalmente já aperfeiçoaram a prática de estudar por conta própria, de modo que o papel dos pais passa a ser auxiliar na busca por material didático de acordo com as necessidades das crianças e a supervisionar o progresso de seus filhos.

Outra crítica muito comum é a falta de socialização, os críticos do homeschooling dizem que fora da escola as crianças perdem uma oportunidade de socialização.

Entretanto, o que eles esquecem é que a socialização na escola não é a coisa mais legal do mundo. É muito comum casos de bullying, muitas crianças não gostam de ir para escola pois serão importunadas por outros alunos.

Alguns podem argumentar que é importante para a criança saber lidar com essas pessoas. Mas, será mesmo que é justo que a criança sofra bullying durante toda a sua infância só para se manter socializada?

Por exemplo, se algum pai não tem condição de colocar o seu filho em uma escola particular e se vê obrigado, pois não há homeschooling, a colocar seu filho em uma escola pública onde há criminosos e venda de drogas, isso não seria injusto?

Enfim, existem inúmeros argumentos contra o homeschooling, que fazem ele parecer um grande um bicho papão que vai destruir a educação no Brasil, mas isso não passa de uma visão criada pelos defensores do sistema educacional defasado. O homeschooling não obriga que o sistema educacional atual seja abolido, o homeschooling é mais uma alternativa que é muito bem vinda .

A ideia de homeschooling ainda sofre por ser desconhecida, a ignorância leva a muitos a rejeitar o homeschooling sem nem mesmo saber o que ele é. Porém isso precisa mudar, pois não dá mais para aceitar o sistema educacional atual, uma mudança é necessária, e o homeschooling é um caminho viável e do lado da liberdade.