Liberdade para quem?

#173 TL;DR: Twitter não é “Terra de ninguém”, Avatar 2 com mais de 3h de duração, Mengão com cofre cheio, Agora tem que pagar para ser verificado, Zuck vilão em jogo de Web3, Mercado Cripto e muito mais. Vem que novembro está só começando.

🌞 Bom dia. Hoje é 1/11, começo de um novo mês, e amanhã já é feriado. Até o sol ficou feliz com a notícia: a NASA capturou uma imagem da estrela sorrindo. Esses buracos pretos são conhecidos como buracos coronários, e é onde o vento solar sai com força para o espaço.

☕ The Pingado: Liberdade para quem?

Na semana passada, nós falamos sobre a dificuldade que Musk deverá ter para fazer com que o Twitter possa chegar a valer pelo menos os $44 bilhões de dólares que estão sendo pagos pela rede social. Mas por incrível que pareça, ele tem um desafio que consegue ser ainda maior que a realização do upside financeiro do Twitter.

Esse desafio diz respeito à moderação de conteúdo, e nesse dilema, ele se encontra no mesmo barco que Google, Facebook e outras plataformas. O problema, nesse caso, é que é simplesmente impossível criar uma regra que seja clara e justa sobre quais são os limites do que pode ser dito e muito menos para quem caberia o papel criar e aplicar essas regras.

Por que? Porque o produto de uma rede social não pode ser outra coisa senão as próprias pessoas que produzem e consomem conteúdo.

Na maior parte das empresas, as pessoas são um meio para que um determinado produto seja produzido. Nesse caso, um bom programa de six sigma pode fazer com que 99,99966% dos produtos sejam fabricados sem defeito.

Nos produtos, a uniformidade é a regra e o objetivo. Entre as pessoas, a diferença de opinião é que é o normal e desejável. Na verdade, essa diferença de pensamento é um dos motivos para a existência de redes sociais.

Ah, mas e os extremistas? Na realidade, esse conceito só pode ser aplicado de forma literal quando nos referimos a objetos que saíram de um certo padrão — mas não à forma de pensar das homens e mulheres livres. O fato desse termo estar sendo usado com ares descrição literal não faz com que ele seja, de fato, uma descrição literal.

Quando estamos falando de pessoas, não há uma curva normal que possa ser desenhada para as opiniões emitidas pelas pessoas. De fato, essa análise de desvio padrão só faria sentido em uma ditadura, situação em que um grupo tem o poder de determinar aquilo que deve ou não deve ser dito.

Entre os extremos do controle das opiniões e da liberdade sem critérios, Musk sempre se apresentou de forma bem mais próxima da liberdade de expressão. Mas na sua “carta” aos anunciantes, ele deixou claro que devem existir limites ao extremismo e logo depois anunciou a criação de um comitê de moderação de conteúdo.

Muito bem. Regras são necessárias. Mas quem é que deu legitimidade a esse grupo para definir o que pode ou não ser dito? Esse grupo vai realmente abstrair os interesses que Musk tem com a Tesla na China? E no Irã, como eles vão lidar com o fato que pessoas têm sido mortas devido a posts em redes sociais?

Na ilusão libertária, cada empresa poderia definir as suas regras como bem desejar e, de acordo com as regras que tivessem sido definidas, as pessoas poderiam optar pelo uso da redes sociais mais coerentes com a sua forma de pensar.

A princípio, a lógica faz algum sentido. De fato, é exatamente isso que a gente faz com a maior parte dos produtos que nós consumimos. O problema é que as redes sociais são regidas por uma lógica de ‘winner takes it all’ devido aos efeitos de rede que acontecem nesse tipo de produto.

Com isso, redes sociais podem perder ou ganhar mercado, mas é difícil que redes sociais relevantes possam vir a existir em um número mais elevado.

Com isso, não há concorrência de fato, mas apenas a escolha entre um pequeno número de opções, que não raro fazem a sua moderação de conteúdo usando uma lógica muito parecida fazendo com que a concorrência entre elas fique apenas na teoria.

Nos EUA, onde fica a sede da maior parte dessas empresas, essa questão é regida pela Seção 230, uma lei cuja jurisprudência foi caminhando cada vez no sentido de dar toda liberdade de moderação para as plataformas mas praticamente nenhuma responsabilidade sobre o conteúdo que poderia ser problemático.

Ou seja, elas podem tirar conteúdo do ar de acordo com critérios próprios, mas não são diretamente responsáveis pelo conteúdo que está sendo veiculado por terceiros, nem mesmo quando se trata de pedofilia, terrorismo e outros temas que dispensam qualquer polêmica.

Neste momento, está correndo na Suprema Corte um processo que poderá mudar essa lógica. A depender da decisão dos juízes, as plataformas poderão se tornar responsáveis pelo conteúdo que vem sendo divulgado por meio delas.

Como tudo que envolve esse assunto, uma decisão desse tipo seria uma faca de dois gumes. A princípio, podemos ver vantagens em fazer com a liberdade das plataformas seja acompanhada por algum nível de responsabilidade.

No entanto, não havendo uma forma de dizer qual conteúdo é problemático e qual conteúdo não apresentaria maiores riscos legais, a consequência é que, em caso de dúvida, as redes sociais irão optar por reprovar cada vez mais conteúdo — afinal, o preço da aprovação de algo que seja minimamente duvidoso poderia sair caro para eles.

Além do problema da moderação, ainda existem as questões da monetização e do alcance. Em um tipo de moderação mais sutil, as plataformas podem fazer com que certos conteúdos não sejam monetizados ou tenham um alcance reduzido — o que não deixar ser uma forma mais velada de moderação.

De qualquer forma que essas regras forem definidas, grupos ficarão insatisfeitos — e com toda razão. No final das contas, não dá para existir uma rede social absolutamente sem moderação, mas também não é possível existir moderação de conteúdo que não seja baseada na visão de mundo particular daquele grupo de moderadores.

Infelizmente, não podemos esperar soluções que passem nem perto da perfeição — o problema é que também não podemos ter uma postura de “tanto faz”. Afinal, o arranjo que for dado para essa questão fará toda a diferença tanto para os níveis de segurança quanto de liberdade de expressão que podermos ter nos próximos anos.

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😋 Outras coisas possivelmente imperdíveis

Pop

🌏 3 horas de Pandora — O site World of Reel confirmou que Avatar 2 terá 3 horas e 10 minutos de duração, 30 minutos a mais que o seu antecessor. A expectativa é que amanhã a Fox lance um trailer mostrando mais de O Caminho da Água. O filme vai estrear em 16 de dezembro.

🐺 Boas e más notícias — Para os fãs da série de The Witcher, a boa notícia é que a Netflix confirmou a quarta temporada da história de Geralt de Rivia. A má? É que o ator Henry Cavill será substituído por Liam Hemsworth na quarta temporada. Cavill não contou os motivos de não continuar no papel, mas as recentes críticas que o ator fez à produção e a agenda cheia do ator que voltará a interpretar o Superman, podem ter colaborado para a troca.

Sports

🏆 Ninho cheio — O Flamengo confirmou o tricampeonato da Libertadores no último sábado, e o cofre do urubu tá cheio. O time ganhou US$ 40 milhões em menos de dez dias, com o título da Copa do Brasil e da Libertadores, e o rubro-negro ainda deve ganhar mais grana dependendo da posição que vai terminar no Brasileirão.

🏈 Algumas coisas mudam, outras não… Na rodada da NFL, tivemos uma rodada movimentada. Um jogo, que no início da temporada era a aposta de muitos para ser o Superbowl, Packers e Bills, teve a vitória dos Bills e fez Green Bay amargar sua quarta derrota seguida. Em dez anos, o time nunca teve uma sequência tão ruim. Outro jogo importante da rodada foi a vitória de San Francisco 49ers em cima do atual campeão Los Angeles Rams.

Tech

🐦 Novidades no Twitter — Elão da Massa chegou na rede social fazendo várias mudanças e deixando funcionários e até patrocinadores receosos. Uma das principais rivais da Tesla no mercado de carros elétricos, a GM, já pausou os anúncios na rede social para “entender a nova direção da plataforma”. Musk também anunciou que os perfis verificados precisarão pagar US$ 20 por mês para continuar com o selo de verificação em seus perfis. Seria um plano de assinatura, modificando o atual Twitter Blue.

📱 Céu azul — Depois de ver sua criação vendida para Elon Musk, Jack Dorsey já está com a mão na massa e lançou a versão beta do Bluesky, sua nova rede social descentralizada que está alcançando novos usuários. A rede social recebeu 30 mil inscrições em dois dias, e ainda está aceitando solicitações para o beta.

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🔷 Crypto: deu certo?

O Bitcoin ficou estável durante as últimas 24hrs, e estabilizada nos 20k a cripto não tem dado muito sustos nos últimos dias. Agora quem está pegando o elevador pra cima é a Ethereum, que subiu 16% na última semana e alcançou o valor da época de julho. Será que o The Merge está fazendo efeito? Falando em crescimento, a Dogecoin dobrou depois da compra do Twitter pelo Dinho da memecoin, apesar de ter perdido 0,8% de valor nas últimas 24hrs, segundo dados da CoinMarket.

🤖 Zuck vilão — Relâmpago Marquinhos parece estar apaixonado pelo metaverso, mas, aparentemente, o sentimento não é recíproco, pelo menos para a comunidade de Web3. Ele, que já foi apelidado de “Olho de Sauron” pelos seus funcionários, agora é o vilão Metazuckbot no jogo The Rabbit Hole. Marquinhos é chefe da ZuckCorp, uma empresa que controla robôs e persegue os coelhos que são os mocinhos da história.

🪙 Melhor que ouro — O fundador da Ethereum, Vitalik Buterin, apontou três motivos para que as cryptos sejam consideradas superiores ao ouro como alternativa ao dinheiro. Em uma discussão no Twitter, ele criticou a XAU, dizendo que as cryptos são uma opção melhor do que o ouro.

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😉 Achou no Google?

🗓️ Rolou em 1º de novembro de 1512 - O teto da Capela Sistina em Roma, uma das melhores obras do artista italiano Michelangelo, foi exibido ao público pela primeira vez.

😂 HAHAHA - Os jogadores do Minnesota Vikings se empolgaram com o Halloween.

🥠 Biscoitinho da Sorte

“Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança”. - Stephen Hawking

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🍰 Divida um muffin fofinho, suculento e delicioso Seus amigos precisam descobrir como pode ser fácil e divertido ficar atualizados sobre novas tecnologias, startups, histórias de empreendedores, e aprender o que são esses tais de web3, NFT, crypto e VC — tudo isso com humor e leveza. 👉 Compartilhe o Daily Muffin e ganhe recompensas exclusivas!